Como sói acontecer, aproveitamos este importante espaço local e regional para a cada domingo compartilhar conteúdos informativos e catequéticos sobre a Igreja e os temas atinentes a ela. Especialmente, destacamos textos de bispos e do santo padre. Dando sequência às Catequeses semanais – de quarta-feira na audiência geral no Vaticano – recuperamos o resumo da catequese número 23 cujo tema é “rezar na liturgia”. Por causa das restrições advindas da pandemia, o Papa Francisco proferiu a sua mensagem diretamente da Biblioteca do Palácio Apostólico. Destaque seja dado à sua fala sobre “a missa não pode ser somente ‘ouvida’, como se fôssemos espectadores”.
“Muitas vezes, na história da Igreja, houve a tentação de praticar um cristianismo intimista, uma espiritualidade desvinculada dos ritos litúrgicos. Para superar isto, muito foi feito nas últimas décadas. Em particular, a Constituição Sacrossanctum Concilium (Documento do Concílio Vaticano II, década de 1960) reforça a importância da liturgia na vida do cristão, destacando que Jesus Cristo não é uma ideia ou um sentimento, mas uma Pessoa viva, e o seu Mistério um evento histórico. A oração dos cristãos se realiza através de mediações concretas: a Sagrada Escritura, os Sacramentos, os ritos litúrgicos. Assim, não existe espiritualidade cristã que não esteja enraizada na celebração dos santos mistérios. A liturgia é ação que fundamenta toda a vivência cristã e, consequentemente, também a oração. Cristo se faz presente pela ação do Espírito Santo através dos sinais sacramentais; por isso, um cristianismo sem liturgia é um cristianismo sem Cristo. Sempre que celebramos um sacramento Cristo se faz presente, como quando curava os doentes ou entregava-nos, na Última Ceia, o seu Corpo e Sangue para a salvação do mundo. Na liturgia aquilo que é externo a nós se torna parte de nós, e isto é expresso inclusive com o gesto tão natural do comer. Por isso a Missa não pode ser somente “ouvida”, como se fôssemos espectadores, mas é sempre celebrada; e, não somente pelo sacerdote que preside, mas por todos os cristãos que a vivem. A vida é chamada a tornar-se culto a Deus, mas isto não acontecerá sem a oração, especialmente a oração litúrgica.”
Ao final, Francisco saudou cordialmente os fiéis de língua portuguesa: “Desejo que cada uma das vossas comunidades experimente um crescimento na vida cristã, através de uma plena, consciente e ativa participação nas celebrações litúrgicas. Lhes abençoo de coração!” (Site do Vaticano)
1º DIA DA FRATERNIDADE HUMANA
O Papa Francisco comemorou o 1º Dia Internacional da Fraternidade Humana, participando de um encontro virtual, na quinta-feira, 4 de fevereiro, organizado pelo xeique Mohammed bin Zayed, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. “Um mundo sem irmãos é um mundo de inimigos!” Na videomensagem para a ocasião, Francisco ressaltou que “Fraternidade significa estender a mão, fraternidade significa respeito. Fraternidade significa ouvir com o coração aberto. Fraternidade significa firmeza nas próprias convicções. Não existe verdadeira fraternidade se as próprias convicções forem negociadas. Somos irmãos, nascidos do mesmo pai. Com culturas e tradições diferentes, mas todos os irmãos”. A data da comemoração foi estabelecida numa recente Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) para recordar a assinatura do “Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e da Convivência Comum”, pelo Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmed Al-Tayyeb, no dia 04 de fevereiro de 2019, em Abu Dhabi. (Vatican News)
Liturgia
5º Domingo Comum
Leituras: Jó 7,1-4.6-7; Salmo 146; 1 Coríntios 9,16-19.22-23; Marcos 1,29-39: Enfermidade e cura
I.- Antífona de entrada: Entrai, inclinai-vos e prostrai-vos: adoremos o Senhor que nos criou, pois ele é o nosso Deus (Sl 94,6s).
II.- Gritando nossa dor. Somos lembrados que há muito tempo o próprio Filho de Deus gritou a sua dor: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?” Sabemos e cremos que o Senhor nos fez para a felicidade, e que, ainda assim, temos cruzes a carregar. Nem sempre conseguimos enxergar a razão da nossa miséria e sofrimento. Esta liturgia dominical também mostra como Jesus curava a alguns enfermos. De todo modo, o que era isso no meio de tantos outros que não foram curados? Recordemos que a cruz levou Jesus à vida e a ressurreição. Nós expressamos nossa confiança e esperança no Salvador que sofreu conosco e por nós. O sofrimento será sempre um escândalo ou pelo menos um grande mistério. Podemos fazer de conta que ele não existe ou que não nos afetará, mas um cristão não pode fugir do sofrimento. Ele está inscrito na nossa existência desde que Cristo morreu na cruz. Nunca o compreenderemos total e definitivamente, mas sabemos que tem sentido e é salvador. Oxalá, aprendamos a levar nossas dores com Cristo, com esperança e amor.
III.- Leituras: 1) “Encho-me de sofrimentos até ao anoitecer”. Jó grita a sua miséria a Deus. Eis um homem que, seriamente provado, grita a Deus a sua miséria e solidão. Um homem de fé a procura de uma resposta. Por que sofrer? 2) “Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho”. Com os fracos me fiz fraco. Por causa da Boa Nova de Jesus Cristo, São Paulo se fez tudo para todos, inclusive fracos com os fracos. 3) Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças. E após curá-las, Ele as convidou a crerem.
IV.- Citação: “Deus prometeu a homens a divindade; a mortais a imortalidade; a pecadores a justificação, a criaturas desprezíveis, a glorificação.” (Santo Agostinho)
V.- Oração: Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção.