Tudo em mim é fruto de mais um dia como um aprendiz. Procuro fazer sempre o melhor e assim a sorte pode me sorrir. Não fui feito para aceitar derrotas e sim para aprender com elas. Lembro do velho Santiago, personagem do livro de Ernest Hemingway, “O velho e o mar”, que mesmo vivendo uma maré de azar como pescador, nunca se entregou, agarrado na sua incansável esperança e na sua forte força de vontade, sempre incentivado pelo jovem Manolim a nunca desistir.
Não ter esperança é uma estupidez. A vida é como o mar, ela pode ser generosa e bela, mas pode também ser dura e cruel. Travamos incessantemente uma luta entre a realidade e os sonhos, entre a razão e a emoção. A vida pode comer tudo de você, menos sua dignidade e coragem. Tenho certeza que nascemos com muita sorte, pois não podemos matar as estrelas, a lua ou o sol, disse o velho pescador na sua visão poética do mundo.
Temos muito tempo para aprender e morremos sem aprender nada? Meus olhos permanecem atentos, ávidos em conquistar, ganhar ou fazer algo para mudar e derrotar o pessimismo que habita em cada um de nós. Meu coração sabe que o sofrimento é parte da condição humana e o amor é como um grande peixe que não deixa ser pego facilmente, mas, quando é fisgado, te leva a uma aventura frenética sem arpões, cordas ou anzóis.
E assim é a vida. Entender os mistérios da vida é entender a sua simplicidade. Nunca desista de si mesmo, nunca perca o seu amor próprio. O tempo é a única coisa que nos pertence e sabendo que vamos envelhecer, apesar de uma vida sofrida ou não, se vamos ter alguma serventia ou só vamos esperar a morte chegar? Todos nós podemos ser Santiago, todos nós nascemos para sermos pescadores de esperança.
