A visita é um direito, mas é preciso ter calma

EDITORIAL -

Data 04/10/2020
Horário 05:21

Nas primeiras semanas de março, a pandemia do novo coronavírus obrigou a paralisação temporária das visitas no sistema carcerário em todo o território nacional. No Estado de São Paulo não foi diferente. A medida que, aparentemente, seria por um curto período de tempo, arrastou-se por meses a fim de evitar o contágio da Covid-19 entre servidores e custodiados. Desde então, familiares dos que estão privados de liberdade lutam incansavelmente pelo retorno gradual dos encontros presenciais  

Há alguns meses, a reportagem passou a acompanhar a realidade vivenciada por essas famílias. De um modo geral, elas entendem a gravidade da doença, os riscos a que estão submetidas. Porém, acreditam na importância de manter os laços com os presos ao levar em conta as medidas sanitárias que já foram adotadas no presídio militar Romão Gomes – vinculado à Polícia Militar. O assunto tem sido pauta constante dos encontros entre membros do grupo, que se reuniram na capital em busca de respostas.

Advogados entrevistados a respeito do assunto lembram sobre o direito que essas famílias têm em manter o contato, mesmo que virtual – o que já foi aplicado pela Administração Penitenciária, tanto em videochamadas quanto também por cartas virtuais. Mas os familiares dizem que já estão cansados e querem o contato presencial. No entanto, é preciso levar em conta que toda cautela é necessária nesta tomada de decisão, porque a sociedade ainda convive com o vírus, sem uma vacina disponível.

Diante disso, o Estado, junto ao Centro de Contingência do coronavírus, analisam o momento mais adequado para a retomada dos encontros presenciais. Neste cenário, é importante lembrar não apenas os “prejuízos psicológicos” que a distância causará entre preso e família, mas ao risco que os servidores penitenciários estarão expostos devido ao contato com migrantes que visitarão as unidades. Mesmo que tomadas todas as medidas de higiene, em alguns casos o vírus encontra uma brecha para acometer a saúde do cidadão – o que no sistema penitenciário pode se tornar um problema ainda maior, uma vez que já vivenciam um isolamento.

Desta forma, primeiramente é preciso cuidar da saúde física. A partir do momento em que a situação estiver segura, as visitas presenciais serão gradualmente retomadas.

 

 

 

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