Amar ou matar

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 19/03/2019
Horário 05:15

O massacre de Suzano, em São Paulo, mostra a face do mal que mais uma vez choca a sociedade. Estudiosos do tema dizem que: o desequilíbrio mental, os jogos de vídeo games violentos, as famílias desestruturadas, a necessidade de notoriedade, o narcisismo e a intolerância a opiniões contrárias, influenciam. Mas, isoladamente não justificam estas ações desumanas.

É fácil, por exemplo, encontrar pessoas no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial - que substituem hospitais psiquiátricos) dóceis e amorosas. Ou pessoas em contato com jogos violentos de vídeo games que convivem normalmente em sociedade e são contra a violência e seus desdobramentos. Ações como a de Suzano foram planejadas e vivenciadas diversas vezes na mente dos criminosos antes de ser executadas!

A família desestruturada de Guilherme Taucci colaborou? Com certeza! No entanto, procurar informações sobre chacinas, entrar em grupos de discussão sobre o tema, vivenciar as mortes antes de concretizá-las, comprar armas, botas... tudo isto são escolhas... é o livre arbítrio do ser humano predominando. Foram escolhas, como um vício que começa com as amizades, informações, pensamentos e ações.

No site da Wiki há diversas biografias de assassinos em série, pessoas que foram molestadas na infância, excluídos, de pais separados ou violentos. No entanto, encontram-se também biografias como de Monty Roberts e Roberto Carlos Ramos que enfrentarem uma infância brutal e traumática. Roberts apanhava tanto do pai que teve seus ossos quebrados por correntes. Enquanto Ramos foi levado com 6 anos de idade, pela mãe, para a Febem (Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor), ela sem condições nenhuma de sustentá-lo acreditava que lá o filho teria educação, teto e alimento. Roberto Carlos sofreu de forma que muitos criminosos na cadeia não sofrem. Hoje ambos venceram. Monty Roberts é referência na doma racional de cavalos e Roberto Carlos é renomado escritor e palestrante. Tinha tudo para se tornarem novos seriais killers na sociedade, mas escolherem outro caminho, o de amar!

É como diz o padre Fabio de Melo "A violência é o desdobramento de carências afetivas(...) O que mata não é arma e sim a falta de amor!”.

Tragédias como a de Suzano nos deixam a sensação de impotência, mas se quisermos fazer algo de eficiente para a sociedade podemos começar pelos nossos filhos. Podemos ensina-los a valorizar o próximo, a dizer não ao bullying, a trocar parte das horas no vídeo game por um esporte, pela música e pela atenção dos pais. Amar ou matar ainda é uma opção!

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