Quem acompanha a liturgia diária da Igreja tem revivido (e rezado) nessas semanas a experiência da libertação do povo eleito. Esse caminho da escravidão sob o Faraó no Egito para a liberdade na Terra Prometida não é feito de apenas flores, mas de contradições, cansaços, dúvidas, esperança, liderança, presença divina, caminhada comunitária, confrontos, pecados, quedas, perdão, reerguimento e bênção. A responsabilidade seria o preço da liberdade. Vê-se que o Senhor concede o seu Espírito a homens que assumem o comando do seu povo. Um homem como os outros, animado pelo Espírito do Senhor, no qual se manifesta o poder divino, mas onde a fragilidade é visível aos olhos de todos.
Dois exemplos disso são Moisés e Josué. Moisés nem sempre agradou ao povo, nem sempre concordou com Deus, nem sempre conseguiu manter-se de pé; Josué, sucessor de Moisés, fará a mesma experiência de se deixar conduzir por Deus à frente do seu povo e de sentir a fragilidade da sua condição humana e a dureza de um povo que nem sempre quer seguir as suas orientações. Mas Deus permanece junto ao seu povo em todo o percurso da ‘travessia’; no fundo, o próprio Senhor é o condutor do povo.
Desde o batismo, cada pessoa é habitada e animada pelo Espírito do Senhor. A exemplo dos líderes citados, o cristão é às vezes paralisado diante das suas próprias fragilidades; uma qualquer dificuldade o faz parar. As dificuldades nunca têm o tamanho real, mas dimensões fabricadas pela fragilidade própria da sua condição. São como as sombras das mãos projetando na parede um monstro terrível ou como os problemas vistos com lupa, isto é, existe algo de fato, mas aumentado: dois centímetros vistos como dois quilômetros; dez gramas, uma tonelada... O que poderia ser suportável não o é, pois não se aceitando como tal, a pessoa acrescenta pesos e estaturas para os quais não está habilitada a suportar.
Deus, entretanto, continua à frente do seu povo, conduzindo-o à Terra da Promessa. Na viagem da vida é bom que as pessoas reconheçam a presença do Senhor e Criador a acompanhá-las dando-lhes força e sentido. Ele abre caminhos no mar e sendas nas montanhas; e mantém viva a confiança de quem sobre Ele lança a sua existência. É como se pudesse dizer a si “só o Senhor está comigo e nenhum outro deus é o Deus vivo capaz de expulsar os medos instalados em mim”. Hoje – que é um novo dia em sua vida – experimente a força de Deus que vence em você todos os medos.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!