A indústria da construção civil, em Presidente Prudente, aguarda a recuperação do setor nos próximos meses, com o início das obras de novos empreendimentos prediais, a partir de abril, conforme o diretor-presidente do Sintracom (Sindicado dos Trabalhadores da Construção Civil), Lucrécio de Alencar Castelo Branco. O sindicalista salienta que em março o setor deveria ter se aquecido, fato que não ocorreu, de modo que a construção civil seguiu estabilizada. Em razão disso, houve uma perda de 294 postos de trabalho no setor na região de Prudente, em fevereiro deste ano.
Segundo pesquisa elaborada pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas), o saldo da região apresentou a maior variação negativa entre as demais região do Estado de São Paulo, com uma queda de 2,78% em relação a janeiro. Em todas as regionais que apresentaram variação negativa, o indicador não chegou a –1%.
Segundo o presidente do Sintracon, apesar dos dados, a indústria da construção em Prudente não apresenta uma situação alarmante, consistindo em uma oscilação natural do setor. "O começo do ano é naturalmente desaquecido, deveria ter um movimento maior neste mês, mas isso deverá ser recuperado nos próximos meses", prevê. O que mantém a indústria, de acordo com Branco, são as obras já iniciadas que seguem em andamento, mantendo seus contratados.
"Estamos na expectativa de que o ramo predial fique forte nos próximos meses, pois existem alguns empreendimentos que já deviam ter iniciado, mas ainda não saíram. Além disso, o governo não investiu tanto em novas obras, o que influenciou o panorama. No entanto, já anunciou a terceira fase do Minha Casa, Minha Vida, que ampliará as construções no país", salienta. Como noticiado por este diário, Prudente registrou redução de 72% no número de contratos do programa habitacional, efetuados pela CEF (Caixa Econômica Federal), entre 2013 e 2014. Foram 1.302 contratos no ano retrasado e 364 no ano passado.
O diretor regional do SindusCon em Prudente, Paulo Edmundo Perego, acrescenta que é difícil medir o nível de atividade do setor sem a realização de pesquisas específicas na região. Todavia, salienta que o panorama acompanha a situação nacional - que como noticiado pela CNF (Confederação Nacional da Indústria), apresentou uma "retração acentuada" em fevereiro deste ano.
"Notamos em conversas com as empresas, que quem já tinha empreendimentos em andamento continua trabalhando, mas que órgãos do próprio governo diminuíram investimentos no setor ou os valores de cronograma, pela diminuição na arrecadação. Ele deu uma parada nas obras para colocar a casa em ordem", explica Perego.
SAIBA MAIS
DESEMPENHO NACIONAL
Conforme a pesquisa mensal do SindusCon-SP, o nível de emprego no setor da construção civil brasileira recuou 0,94% em fevereiro, no comparativo com o mês anterior, com o corte de 30,9 mil postos de trabalho. No fim de fevereiro, a base de trabalhadores estava em 3,276 milhões de pessoas e, em nota, o presidente da entidade, José Romeu Ferraz Neto, alertou que o desemprego pode crescer ainda mais.