Arquitetura é meio para promover inclusão social

EDITORIAL -

Data 10/02/2021
Horário 04:15

No início deste mês, o jornal O Imparcial publicou uma reportagem sobre a monografia de uma estudante de Presidente Prudente que propôs a criação de um centro recreativo para pessoas com deficiência visual. O projeto de Larissa Ferrari foi enviado à Prefeitura como sugestão de espaço a ser implantado no município e chama a atenção por partir da premissa da arquitetura sensorial, que visa promover experiências envolvendo os sentidos humanos e proporcionando texturas e aromas.
Larissa contou à reportagem que a ideia de desenvolver esta monografia surgiu da necessidade de oferecer um espaço acessível a pessoas com deficiência, indo além das paredes e das questões estéticas propostas em projetos arquitetônicos. A jovem defende, a partir da execução de um local totalmente inclusivo, o acesso à cultura, lazer e esporte, onde os usuários podem frequentar salas de informática, biblioteca, praça de alimentação, quadra, piscina e um jardim sensorial.
Em Prudente, a população dispõe de diversas praças de lazer e ambientes culturais e esportivos, no entanto, o diferencial do projeto desta universitária é que ele considera a pessoa com deficiência visual desde o primeiro momento. Ou seja, ao invés de incluir as condições de acessibilidade após a idealização do local, são as condições de acessibilidade que norteiam a estruturação de todo o centro recreativo. Num cenário em que este espaço esteja disponível para a população, a família de uma pessoa com deficiência não precisa se preocupar se vai encontrar um piso tátil, por exemplo, pois isso já foi levado em conta no projeto arquitetônico.
Se a Prefeitura de Prudente contemplar a recomendação da estudante, certamente será um grande passo para a cidade em termos de políticas de inclusão e acessibilidade. Pessoas com deficiência visual poderão frequentar um local construído de acordo com suas necessidades e ter uma experiência em que se sintam confortáveis e integrados. Além disso, poderão vivenciar o espaço a partir das texturas, aromas e de outras provocações sensoriais, que são sua forma de experienciar e reagir ao mundo que as cercam. É disso que precisamos: de ideias capazes de contribuir para o enfrentamento das exclusões sociais e, com isso, construir uma cidade que atenda a todos. Vida longa a este projeto!
 

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