Associação dos Cegos utiliza jornal com alunos

Todas as quintas-feiras, folhetim é fonte de aprendizagem para os assistidos que traduzem em braile os textos do Espaço Literário

VARIEDADES - Oslaine Silva

Data 19/05/2016
Horário 09:20
O Espaço Literário deste jornal impresso não é uma oportunidade somente para mostrar quão ricos são os pensamentos e a escrita de poemas e poesias de escritores ou apenas pensadores que cultivam esse dom. Todas as quintas-feiras, ele é fonte de estudo, aprendizagem e de viagem no mundo literário para os alunos da professora Cleide Maria de Castro Magalhães, 57 anos, na Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos, em Presidente Prudente. Segundo ela, ora pega o jornal e traduz os textos em braile para eles, ora os ajuda a fazerem sozinhos essa tradução.

Jornal O Imparcial Cleide diz que ação estimula a escrita e a leitura em Braille

De acordo com Cleide, o objetivo da aula é estimular a escrita e leitura em Braille e mostrar que podem realizar uma leitura normalmente. "No dia da aula, pego O Imparcial e passo o Espaço Literário para o Braille. Alguns fazem a cópia do Braille para o Braille e outros vão escrevendo conforme realizo a leitura. São estratégias diferentes que eu utilizo para cada aluno, dependendo da necessidade. Além disso, semanalmente, eu leio as partes principais do jornal e eles escolhem a notícia que mais interessa a eles, para que posteriormente façam uma reflexão sobre os acontecimentos atuais", explica.

Cleide expõe que há duas grandes importâncias nesta ação. A primeira é a estimulação da escrita e da leitura em Braille, nesse momento, ao ditar e/ou copiar a notícia do Espaço Literário, é trabalhado também, as normas ortográficas, como pontuações, acentos, entre outros. A segunda é a reflexão do que está sendo escrito, lido e/ou ouvido. "Acredito que a discussão oferece um crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional significativo para todo mundo", salienta a professora.

 

Realização


Ao proporcionar isso aos alunos, a professora comenta que se sente feliz e realizada, pois vê que com essa estratégia de ensino eles desenvolvem melhor a capacidade e habilidade de ler e escrever. "Eu percebo que eles têm prazer em aprender desta forma, pois, diferentemente de outras maneiras de se ensinar, eles não se cansam. É perceptível o gosto, a satisfação que sentem!", exclama.

Cleide, que leciona e trabalha na sala de leitura da Escola Estadual Miguel Omar Barreto há um ano e oito meses, é professora na área de deficiência visual há 19 anos e está na Associação dos Cegos há 13.
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