Pode parecer uma conclusão presunçosa, mas aparentemente a “vida útil” de uma figueira centenária e declarada como patrimônio paisagístico de Presidente Prudente foi garantida graças aos esforços deste diário e dos leitores de O Imparcial, que colaboram assiduamente com relevantes sugestões de pauta. A árvore, que fica próxima ao PUM (Parque de Uso Múltiplo), foi alvo de reportagem recente diante da denúncia de um suposto envenenamento da espécime, apresentado através do aspecto extremamente seco adotado recentemente pela figueira que até então era bastante saudável.
Na ocasião, o secretário municipal do Meio Ambiente, Wilson Portella Rodrigues, informou que a pasta acompanhava a situação há algum tempo e chegou a confirmar que propositalmente houve uma tentativa (sem autores identificados) de extinguir a árvore. Agora, ao que tudo indica, a preservação e proteção da figueira passa a se viabilizar de forma mais concreta após o Executivo informar que professores da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista) ofereceram ajuda voluntária para reverter a situação. Agora já existe até um plano de ação: serão coletadas amostras para a análise química e posterior identificação do herbicida utilizado, para então buscar alternativas para coibir a morte dos galhos.
Apesar da resposta rápida após a publicação da matéria, não é novidade que para os governos (seja no âmbito municipal, estadual ou federal) a preservação do meio ambiente é um tema negligenciado e omitido da lista de prioridades. Tanto é que, neste caso em específico, o envolvimento de outra instituição (da academia) foi necessário para reverter os efeitos nefastos desse crime ambiental. Notícias como essa, sobretudo quando tragédias como Brumadinho e Mariana estão “frescas” na memória da população apenas nos lembram de que os gestores não estão preocupados verdadeiramente com as mudanças climáticas e seus impactos imediatos e futuros tanto quanto estão com a diminuição da arrecadação, o estímulo da economia e o enriquecimento do erário público.
O grande problema é que – ainda que muitos se esqueçam - de nada adianta um Estado rico e próspero que não possui o mínimo necessário para a subsistência da raça humana (como condições ambientais minimamente favoráveis, ar puro, água limpa e terra fértil). O erro não reside em buscar o desenvolvimento, mas torná-lo o pilar da sociedade moderna, enxergando todas as demais preocupações como “secundárias” e postergar a busca por soluções de problemas que estão batendo em nossa porta. Antes de tudo, devemos pensar em formas de preservar aquilo que sustenta verdadeiramente a nossa existência: o planeta, não o dinheiro.