O governador João Doria (PSDB) anunciou hoje que todas as esferas da educação do Estado de São Paulo - desde a educação infantil até a educação superior, e nos âmbitos públicos municipais e estaduais e também no ensino privado - retomarão as atividades presenciais no dia 8 de setembro. A previsão está atrelada ao Plano São Paulo, uma vez que todo o Estado precisará estar há pelo menos 28 dias na fase amarela do plano de flexibilização, para que isso ocorra, já que não haverá retomada da educação por regiões, mas sim em todo o Estado de uma só vez.
“Construímos um plano com protocolos bem definidos de distanciamento social, monitoramento de saúde dos alunos, higiene pessoal e dos ambientes escolares, para garantir a segurança de todos”, apontou o governador. A retomada engloba 13,3 milhões de estudantes, de todas as esferas, no Estado.
O plano estipula que a retomada ocorrerá em três etapas: na primeira delas, em 8 de setembro, as unidades de ensino poderão comportar até 35% da sua capacidade, subindo para 70% na segunda etapa e 100% na terceira, considerada como “o novo normal”. O distanciamento de um metro e meio e o uso de máscaras são obrigatórios em todas elas, e poderá haver revezamento de alunos.
As condições para que isso ocorra, no entanto, são as seguintes: na fase de número um todos os DRS (Departamentos Regionais da Saúde) do Estado deverão estar há pelo menos 28 dias na fase amarela do plano de flexibilização. Para a etapa dois, o Estado diz que pelo menos 60% dos DRS precisarão estar por pelo menos 14 dias na fase quatro do plano, subindo para 80% para alcançar a etapa de número três.
Vale destacar que se uma das regiões do Estado regredir para as fases um ou dois, a reabertura será suspensa apenas naquela região. “Este é um plano gradual, cuidadoso e seguro. Estamos fazendo com antecedência para que tudo saia conforme o esperado”, aponta Doria.
Durante a coletiva de imprensa e que apresentou as novas informações, o secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, esclareceu que não há possibilidade de voltar às atividades, caso haja risco para a saúde de todos os envolvidos neste processo. Por isso, assegurou que o plano é confiável e que todos os requisitos poderão ser cumpridos e respeitados. Entre outras dúvidas, esclareceu que haverá uma eventual testagem para os profissionais da área da educação, desde que possuam sintomas parecidos com o da Covid-19, e alertou que o Estado conta com um protocolo específico sobre este tema e que será divulgado em breve.
Rossieli alegou que o Estado ainda não decidiu quais turmas ou alunos vão compor os 35% da capacidade permitida, mas informou que a intenção é de possibilitar que 100% dos alunos, pelo menos uma vez na semana, possam ter atendimento presencial para esclarecer dúvidas ou entregar atividades. Sobre o rodízio de alunos, o secretário executivo da Educação, Haroldo Rocha, afirmou que os municípios e as esferas de ensino terão liberdade para criar seu próprio protocolo, para determinar quais turmas ou estudantes voltam primeiro e analisem por conta própria quais terão prioridade, como, por exemplo, o ensino infantil ou médio.
O Estado não cogita, no momento, a contratação de mais professores para manter as atividades presenciais e virtuais. Ainda na coletiva, no entanto, alegou que aqueles que pertencerem aos grupos de risco - assim como os estudantes - não precisarão comparecer na primeira etapa, de forma que deverão trabalhar remotamente, de suas casas. Sobre o ano letivo, por fim, informou que ele não foi e não será perdido, visto que é preciso “valorizar os esforços feitos até aqui”. O secretário não descartou a possibilidade de o ano letivo “invadir” o ano que vem, e terminar, por exemplo, em janeiro.
Recomendações para a volta das atividades presenciais
- Obrigatório o distanciamento de 1,5 metros entre as pessoas, exceto na educação infantil
- Organizar os horários de entrada e saída dos alunos, para evitar aglomerações
- Estão proibidas as feiras, palestras, seminários, competições e campeonatos esportivos
- Os intervalos ou recreios devem ser feitos com revezamentos de turmas em horários alternados
- Atividades de educação física, artes e correlatas podem ser realizadas com o cumprimento do distanciamento
O governo do Estado recomenta que haja forte monitoramento. Ou seja, que não seja permitida a presença de pessoas sintomáticas para Covid-19 nas instituições; que os pais verifiquem a temperatura dos filhos antes de eles irem para as aulas - neste caso a recomendação é que fiquem em casa aqueles com temperaturas acima de 37,8º C. É recomendada ainda a verificação de temperatura na entrada das instituições, e que profissionais ou alunos de grupos de risco fiquem em casa.