Bioma cerrado

O cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando cerca de 22% do território nacional. A sua área contínua incide sobre os Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e Amazonas.

Neste espaço territorial, encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade. Embora o cerrado apresente extrema abundância de espécies endêmicas, atualmente este vem sofrendo uma excepcional perda de habitat.

Do ponto de vista da diversidade biológica, o cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando inúmeras espécies de plantas nativas já catalogadas. Além dos aspectos ambientais, o cerrado tem grande importância social. Muitas populações sobrevivem de seus recursos naturais, incluindo etnias indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, babaçueiras, vazanteiros, que juntas fazem parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro, e detêm um conhecimento tradicional de sua biodiversidade.

O cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando inúmeras espécies de plantas nativas

Mais de 220 espécies têm uso medicinal e mais 416 podem ser usadas na recuperação de solos degradados, como barreiras contra o vento, proteção contra a erosão, ou para criar habitat de predadores naturais de pragas. Depois da Mata Atlântica, o cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação humana.

Com a crescente pressão para a abertura de novas áreas, visando incrementar a produção de carne e grãos para exportação, tem havido um progressivo esgotamento dos recursos naturais da região. Nas três últimas décadas, o cerrado vem sendo degradado pela expansão da fronteira agrícola brasileira. Além disso, o bioma cerrado é palco de uma exploração extremamente predatória de seu material lenhoso para produção de carvão. Apesar do reconhecimento de sua importância biológica, o cerrado é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral.

 

 

 

 

 

 

 

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