Agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão e de sequestro de bens de investigados em uma construtora com escritório em Presidente Prudente. A empresa, sediada no município, é alvo de investigação por conta das diversas atividades realizadas em Campo Grande (MS). A ação faz parte da segunda fase da Operação Lama Asfáltica Fazendas de Lama, deflagrada pela Polícia Federal, CGU (Controladoria Geral da União) e Receita Federal, na manhã de ontem. Computadores e documentos foram retirados por agentes do escritório da empresa em Prudente. As informações foram confirmadas pelo repórter Paulo Yafusso, do portal "Campo Grande News", que acompanhou a entrevista coletiva da Polícia Federal na cidade.
Policiais federais estiveram no escritório da construtora, em PP, na manhã de ontem
O nome "Fazendas de Lama" se refere a procedimentos supostamente utilizados pelos investigados na aquisição de propriedades rurais com recursos públicos desviados de contratos de obras públicas, fraudes em licitações e recebimento de propinas, resultando também em crimes de lavagem de dinheiro, conforme informação do Setor de Comunicação Social da Polícia Federal em Campo Grande (MS).
Em nota, a construtora esclarece que foi surpreendida com um mandado de busca e apreensão em seu escritório em Prudente e informa que não é alvo de qualquer investigação relacionada à chamada Operação Lama Asfáltica que ocorre em Campo Grande (MS).
Mais de R$ 2 bilhões
A organização criminosa especializada em desviar recursos públicos, inclusive federais, atua no ramo de pavimentação de rodovias, construções e prestação de serviços nas áreas de informática e gráfica, segundo informações da Polícia Federal, com contratos sob investigação que envolvem mais de R$ 2 bilhões.
Um efetivo de 201 policiais federais, 28 agentes da CGU e 44 da Receita Federal cumpriram 28 mandados de busca e apreensão, 15 mandados de prisão temporária e mais 24 mandados de sequestro de bens de investigados. Além de Prudente, as medidas foram cumpridas na capital sul mato-grossense, Rio Negro (MS), Curitiba (PR), Maringá (PR) e Tanabi (SP).
Durante a primeira fase da operação, cujas investigações iniciaramse em 2013, policiais constataram a existência de um grupo que, por meio de empresas em nome próprio e de terceiros, superfaturaram obras contratadas com a administração pública, mediante a prática de corrupção de servidores públicos e fraudes a licitações, que teriam ocasionado desvios de recursos públicos.
Nesta fase, após a análise dos materiais apreendidos na primeira etapa da Operação Lama Asfáltica, novas fiscalizações realizadas pela CGU e relatórios da Receita Federal apontaram, ainda de acordo com a Polícia Federal, fortes indícios da prática dos crimes de lavagem de dinheiro, inclusive decorrentes de desvio de recursos públicos federais e provenientes de corrupção passiva, com a utilização de mecanismos para ocultação de tais valores, como aquisição de bens em nome de terceiros e saques em espécie.
Os materiais apreendidos e os presos na segunda fase da operação foram encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande (MS).