As dívidas refletem, certamente, em pesadelos para aqueles que estão com o nome no vermelho ou como diz o dito popular, com o nome sujo na praça. Recentemente, um estudo realizado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) revelou que os principais responsáveis pela negativação de CPFs no país são os crediários (65%) e o cartão de crédito (63%). Já o empréstimo pessoal em bancos ou financeiras aparece em terceiro lugar na lista dos grandes vilões da inadimplência, com 61%. De acordo com o professor universitário e economista, Moisés Silva Martins, todas estas consequências acontecem, principalmente, pela falta de planejamento financeiro diante do rendimento pessoal mensal.
Ao longo dos anos, o cartão de crédito se tornou uma ferramenta financeira utilizada para prorrogar o pagamento de contas e facilitar a aquisição de bens e materiais. Mas, diante da ação descrita pelos bancos – você foi premiado com um cartão de crédito – será necessário levar em conta um planejamento e o uso correto, explica o economista. “O que deve ser feito é usar esse cartão em prol do benefício pessoal, pois o limite geralmente vem de acordo com o que pessoa pode pagar. Exemplo, se você tem o limite de R$ 500, consome o valor e paga por ele sempre, passados seis meses o seu limite dobra. E quando o limite passa para R$ 1 mil, você que vinha trabalhando corretamente com o valor inicial passa a sofrer com esse aumento, por entender que aquele novo limite você suporta”.
Tendo o exemplo citato, o economista explica que é necessário que o usuário entenda que a modalidade eletrônica é apenas um benefício para usar esporadicamente e quando estiver faltando meios. Se já utilizado de forma não pensada, um dos recursos para não cair na malha fina é fazer reservas mensais e investir em caderneta de poupança, pois na eventualidade de não conseguir pagar o cartão em determinado mês, o usuário dispõe de um valor guardado.
Fazer o pagamento adiantado também é uma orientação, visto que, pode se tornar um vício pagar posterior a data de vencimento. “Então, sempre deve liquidar as contas um dia antes e em todo o seu limite, e não o pagamento mínimo. Outro fator de negativação acontece quando a pessoa não tem um compromisso maior ou não foi educado financeiramente, para tanto, ela sai comprando de tal forma como se aquele dinheiro (cartão) fosse dela. Neste caso, é válido reforçar que o dinheiro é do banco, da instituição financeira. Eles te emprestam e te cobram juros altos por isso”.
Caso a pessoa já tenha perdido o controle no cartão de crédito, o ideal, segundo o professor, é que ela procure por um empréstimo/crédito pessoal, a qual a taxa de juros é menor do que as outras operações, para quitar a dívida.
SAIBA MAIS
Empréstimos e cheque especial
– Mas, eu posso fazer um empréstimo para adquirir algo? – Sobre esta medida o economista diz não se tratar de uma boa escolha, pois aquilo que foi adquirido é seu e de alguém que emprestou o dinheiro. Então, o melhor a ser feito éinvestir em uma poupança e a hora que você dispor do valor, efetuar a compra do objeto desejado. – Mas, eu preciso disso antes! – Neste caso ele orienta que é necessário verificar se você tem pelo menos de 50% a 70% do dinheiro disponível, para assim, negociar com a empresa o restante do pagamento de preferência sem juros. “Em hipótese alguma você tem que pagar juros para adquirir alguma coisa que você não necessite”.
Já o cheque especial é um limite a qual deve ser usado esporadicamente e no último momento, pois trata-se de uma operação de crédito a qual tem a maior taxa de juros existente no país. “Precisa tomar cuidado com isso. Às vezes, com a necessidade de agradar os outros ou si mesmo, a pessoa faz prestações ou compra coisas que vai além do seu orçamento. Quando o recomendado é não consumir mais que 30% em prestações diante do seu salário”.
Foto: Arquivo
Moisés fala da importância de fazer reservas mensais e investir em caderneta de poupança