Crime contra a mulher... até quando?

EDITORIAL -

Data 16/05/2020
Horário 04:05

Crimes contra a mulher ocorrem a todo momento e independe de classe social ou faixa etária. O que acontece é que os agressores estão cada vez mais violentos, e não medem a dimensão dos atos praticados. A exemplo do crime ocorrido na quinta-feira, em Presidente Epitácio, que resultou no espancamento de uma jovem de 19 anos. O autor foi o homem com quem ela tem uma união estável, que a deixou com hematomas causados por socos e pontapés. O motivo? Ciúmes.

São diversos os tipos de violência que vitimam as mulheres: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial – situações que colocam a vítima na famosa expressão “corda bamba” entre denunciar o agressor ou sofrer calada, opção esta que gera sérias consequências.O resultado de não levar o criminoso ao conhecimento da polícia é a continuidade das agressões, que podem caminhar ao feminicídio, crime que foi constante na região de Presidente Prudente no último ano. O mais recente registrado em abril, em Presidente Prudente, após a vítima conseguir medida protetiva contra o parceiro.

No caso da jovem de Epitácio, a Polícia Civil não localizou queixas anteriores contra o agressor, o que será investigado. Mas, se houve, é preciso lembrar que não é fácil denunciar, e isso envolve fatores como a sensação de vergonha e até mesmo de solidão após ter que terminar o relacionamento por conta da violência doméstica. Mas, é importante buscar ajuda sempre que possível.

E olha que agora nem precisa sair de casa para registrar o boletim de ocorrência – o que facilita a denúncia de vítimas que estão em isolamento social, convivendo com o autor em meio à insegurança. Basta um clique no site da Delegacia Eletrônica (www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br) para que o fato seja analisado para posterior prosseguimento.

Confiar em alguém que não seja o agressor é uma oportunidade para não sofrer sozinha e compartilhar as dores. É aí que surgem as palavras amigas, que podem contribuir para uma futura denúncia. Buscar pessoas de confiança que possam trocar uma ideia sobre ameaças e agressões, ajuda, “e muito”, a dar os próximos passos para se libertar do criminoso. 

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