Crimes contra a mulher refletem a escassez do amor na sociedade

EDITORIAL -

Data 09/08/2017
Horário 12:10

“Maridos, amem suas mulheres”. A ordem dada em Efésios 5 é clara e complementada com: “os maridos devem amar as suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo”. Amar a si mesmo, talvez esse seja o problema por tanta falta de amor atualmente no mundo. As pessoas “malemá” se amam, quanto mais amar ao próximo. Falta amor, e isso fica evidente quando paramos para observar as circunstâncias.

A edição de ontem de O Imparcial trouxe a notícia de um homicídio culposo e violência doméstica registrado no Jardim Bela Vista, em Taciba. Um homem de 47 anos foi agredido por um popular após esfaquear e matar a ex-mulher de 43 anos. O crime aconteceu no fim da noite de domingo, um dia antes de Lei nº 11.340, a Lei Maria da Penha, completar 11 anos de existência.

Mas o homicídio em Taciba não foi um fato isolado na região. Na última semana, pelo menos outras duas mulheres sofreram algum tipo de violência nas mãos de ex-companheiros. E uma delas também pagou com a própria vida. Em Osvaldo Cruz, no dia 30 de julho, um homem de 53 anos matou a ex-mulher de 47 anos com 15 facadas, na Vila Esperança. Um dia depois, em Teodoro Sampaio, uma mulher de 18 anos foi agredida com golpes de faca e cabo de vassoura, na Vila São Paulo. Ela foi socorrida inconsciente e com diversas lesões pelo corpo.

São crimes chocantes, de extrema violência e que trazem em seu contexto algo em comum: foram cometidos por aquelas pessoas que deveriam estar ali para amar, ou pelo menos um dia já estiveram. Em algum momento do relacionamento o amor acabou e, munido do sentimento de posse, do “se não ficar comigo não fica com mais ninguém”, o amor deu lugar ao ódio e o pior aconteceu.

Mas antes de o amor ao próximo acabar, o amor a Deus e a si próprio chegou ao fim. Por isso, além da atenção dada as mulheres que sofrem com tamanha violência, os próprios homens que cometem os atos devem ser acompanhados. Trabalho que é desenvolvido, por exemplo, pelo NAH (Núcleo de Atenção ao Homem), que é vinculado à Astae (Associação de Saúde, Trabalho, Meio Ambiente e Educação).

Crimes contra as mulheres são graves e inaceitáveis, e devem ser combatidos e prevenidos pelos órgãos competentes. E isso consiste também no acompanhamento com profissionais como psicólogos e assistentes sociais, a fim de que essas pessoas possam se entender, para poder compreender ao próximo.

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