Dependência em droga: problema social

EDITORIAL - DA REDAÇÃO

Data 23/02/2020
Horário 04:38

Basta caminhar pelos locais mais ermos das cidades para encontrar usuários consumindo os mais diversos tipos de drogas – crack, cocaína, maconha, entre outras derivações. Nos locais onde eles se escondem, o mau-cheiro e a falta de higiene tomam conta do ambiente. E não há quem se atreva a passar pelos arredores por medo ou receio de que algo de ruim possa acontecer. Seja dia ou noite, “os zumbis” que circulam por esses locais acabam perdendo a noção do quanto perderam devido à dependência.

Um levantamento divulgado pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios), intitulado “Observatório do Crack”, aponta que 7 das 23 cidades (30,43%) analisadas são classificadas no nível alto para os problemas relacionados ao consumo de droga, nível que tem cinco classificações. Os grandes centros são os que mais sofrem. Com este cenário, observa-se que o uso de drogas é o problema social (se não) mais dificultoso para ser contido. Isso porque envolve diversas questões como a falta de oportunidades no mercado de trabalho, frustrações e intrigas familiares – complicados de serem controlados em uma sociedade que vê o dependente como o bandido.

Mas vale lembrar que a dependência é uma doença. É certo dizer “quem fez a escolha foi ele”, no entanto, também é preciso avaliar o que de fato o levou para o mundo das drogas. Diante disso, órgãos públicos têm prestado auxílio oferecendo profissionais de saúde física e mental que possam ajudar a tirar essa população das ruas. Seria essa uma forma de tentar sanar o vício daquele indivíduo, mas não o de acabar com os pontos de consumo, até porque o tráfico de drogas tem alcançado dimensões extremas e não será reprimido.

Se não houver o engajamento constante para oferecer ajuda aos usuários, a tendência é de que esta população cresça e se aglomere cada vez mais nas ruas. Vale também um maior estreitamento da relação entre sociedade e órgãos públicos, para que trabalhem de forma que os dependentes – não apenas os de entorpecentes -, sintam-se acolhidos em busca de ajuda. Afinal, postos de auxílio estão disponíveis e nunca é tarde para começar uma nova história. 

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