Descuido geral devolve a região à estaca zero do Plano São Paulo

EDITORIAL -

Data 23/12/2020
Horário 04:15

Após meses sem mudanças no Plano São Paulo, a região de Presidente Prudente recebeu, na tarde de ontem, uma notícia que dividiu opiniões: a reclassificação do DRS-11 (Departamento Regional de Saúde) para a fase vermelha, a mais restritiva do plano. Com isso, a partir de sexta-feira, 25 de dezembro, só está permitido o funcionamento integral dos serviços essenciais, como farmácias, postos de combustíveis e supermercados. Os demais estabelecimentos comerciais ficam fechados, podendo atender apenas no sistema drive-thru e delivery.
A fase vermelha parecia, para muitos, uma realidade do passado, que ficou para trás quando superados os primeiros meses da pandemia – e foi justamente esse descuido que pode ter impulsionado o recuo da região para a etapa em questão. A regressão não foi bem uma surpresa, considerando que os veículos de comunicação vinham enfatizando os indicadores alarmantes do DRS-11 nas últimas semanas. Após o período eleitoral, o que se viu foi um salto exponencial do número de confirmações da doença, acompanhado pelo aumento na quantidade de óbitos.
Como se não bastasse isso, a doença vai de encontro a um sistema de saúde completamente despreparado, tendo em vista que a estrutura hospitalar do DRS está defasada e não há leitos disponíveis para atender a atual demanda. Boletins divulgados diariamente mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para Covid-19 já ultrapassa 90%, aproximando Prudente e região de um colapso do sistema público de saúde.
O retrocesso para a fase vermelha desperta uma preocupação necessária sobre o futuro da economia prudentina, mas também deve ser um recado sobre a importância da população não subestimar a potência do vírus, que continua circulando e fazendo inúmeros casos todos os dias. Que neste final de ano, criemos mais consciência sobre a necessidade de respeitar o distanciamento social e os demais protocolos sanitários, possibilitando o desafogamento dos hospitais, a queda no número de casos e a oportunidade de ver a economia girar novamente. Sejamos, mais do que nunca, responsáveis!

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