Desenvolvimento de Prudente depende de pessoas ousadas, que pensam grande

EDITORIAL -

Data 24/08/2017
Horário 11:42

“Grandes mentes discutem ideias; mentes medianas discutem eventos; mentes pequenas discutem pessoas”. A frase é de Anna Eleanor Roosevelt, que foi diplomata, ativista dos direitos humanos e esposa do ex-presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, e se faz pertinente para o atual momento. Vivemos em uma época em que as pessoas gastam tempo discutindo seu semelhante, bem como as ações alheias, e se esquecem de colocar em pauta aquilo que realmente interessa: ideias.

Criticar sem conhecer, essa tem sido a atitude constante da população de Presidente Prudente diante das ações do governo municipal. Por outro lado, ao que parece, as intervenções promovidas pelo poder público na cidade se mostram um tanto quanto intempestivas, impensadas, carentes de discussão junto à coletividade.

A última novela com este roteiro teve seu primeiro capítulo nesta semana, com a retirada dos obstáculos que separam as pistas de rolamento da Rodovia Comendador Alberto Bonfiglioli, na altura do Ceforppe (Centro de Formação Permanente dos Profissionais da Educação), no Parque Shiraiwa, para instalação de uma faixa para ciclistas. Mal a obra começou e as reclamações dos moradores surgiram. Tanto que, de pronto, três vereadores solicitaram ao prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB) e ao titular da Sosp (Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos), Rodnei Rena Rodrigues, a interdição da obra, como publicado ontem por este diário.

O temor da população é que o projeto seja semelhante ao da ciclovia da Rua Alvino Gomes Teixeira, removida em maio deste ano pela Prefeitura. O dispositivo se tornou alvo de protestos dos moradores da região, sobretudo após a morte de um motociclista em setembro de 2015, depois de perder o controle do veículo e cair sobre os chamados segregadores, que serviam para evitar a invasão de veículos no trecho.

Mas a ciclofaixa da Rua Alvino Gomes Teixeira foi uma outra história, que já ficou no passado, e, desta vez, o Executivo alega que a “ciclovia receberá itens de segurança diferenciados”, inclusive com a instalação de um gradil para separar a ciclovia das faixas de rolamento.

Porém a população, antes de ouvir, preferiu protestar. Talvez pelo fato de o empreendimento ter sido iniciado sem a consulta do povo, maior interessado na obra; o que deve ocorrer na segunda-feira, a partir das 8h30, no Ceforppe, com uma apresentação sobre o projeto da ciclovia pelo prefeito. Toda essa situação gerou uma turbulência desnecessária que poderia ser evitada de antemão, apenas com conversas e discussões. Que fique de lição para o poder público, sempre discutir suas ideias e projetos com a população. Pois ideias, ainda que ousadas, devem ser discutidas.

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