Desrespeito à pandemia coloca cidadãos no replay do isolamento

EDITORIAL -

Data 06/12/2020
Horário 05:55

Começou a valer desde ontem, em Presidente Prudente, o Decreto Municipal 31.449/2020, que reúne algumas medidas emergenciais com o objetivo de conter o avanço da Covid-19 na cidade. Para se ter uma ideia da aceleração de casos da doença, na sexta-feira a Prefeitura informou 117 novos diagnósticos, além de duas mortes decorrentes das complicações do vírus.

O documento em questão é uma resposta a um ofício encaminhado ao Executivo pelo MPE (Ministério Público Estadual), que lista uma série de recomendações para frear o cenário. Entre as ações decretadas pela municipalidade, estão a proibição do consumo de bebidas alcóolicas em locais públicos e a determinação de que chácaras só poderão ser alugadas para eventos após prévia autorização da Sedepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico).

Isso porque a Vigilância Sanitária recebeu duas notificações sobre eventos que ocorreriam ainda em dezembro. Para um deles, o MPE verificou que 1,8 mil pessoas confirmaram presença, o que, segundo o promotor Marcelo Creste, torna inviável seguir à risca qualquer protocolo do Plano São Paulo.

Há, sim, uma necessidade de intensificar as ações objetivando a coibição de festas clandestinas, uma vez que, apesar de toda a informação sobre a importância de manter o isolamento social, muitas pessoas permanecem desrespeitando as recomendações sanitárias e promovendo ou participando de eventos com aglomerações. De fato, todos estão cansados do enclausuramento proposto pelos tempos de pandemia, mas enquanto não houver consciência geral de que a quarentena é uma das únicas formas de minimizar o número de casos, a população será obrigada a reviver inúmeras vezes o isolamento.

Embora os testes da vacina do Instituto Butantã já estejam na etapa final, a imunização ainda não é uma realidade e, enquanto isso, os cidadãos precisam adquirir consciência sobre o seu papel como agentes combativos do novo coronavírus. É preciso mais do que nunca cobrar nossos governantes sobre ações de fiscalização contra infratores, bem como disponibilização de estrutura que assegure o atendimento de saúde justo e imediato a todos os infectados, mas é necessário lembrar sobretudo que o atual cenário é reflexo principalmente de nossas atitudes. Não dá para esperar resultados concretos contra a Covid-19 enquanto a população continuar abdicando de máscaras e colocando todos em risco ao participar de aglomerações fora de hora.

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