Há mais de um ano vivemos isolados, muitos sem trabalhar ou estudar, sem poder ver a família e amigos, com a recomendação do “fique em casa”. As determinações são muitas. Mesmo assim, a pandemia continua. A Covid-19 já ceifou mais de 322 mil vidas e acometeu mais de 12,7 milhões de pessoas no Brasil.
A saúde do país entrando em colapso. A vacinação caminha a passos lentos. Uma grave crise econômica se instalou por aqui. Desemprego em alta. Famílias sem ter o que comer. A inflação lá em cima. Para ir às compras, além do distanciamento, o consumidor também precisa de mais dinheiro. Tudo subiu... E como se não bastasse tudo isso, a pandemia tem afetado ainda os estoques dos bancos de sangue.
Em Presidente Prudente, no Núcleo de Hemoterapia do Hospital Regional Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, por exemplo, houve uma queda de 30% a 40% nas doações, desde março do ano passado, quando começou todo o problema. Se antes, eram coletadas 1.100 bolsas por mês, atualmente esse número não passa de 900. As coletas, que foram interrompidas ontem às 12h no local, por conta do feriado, já retornaram à programação normal hoje, atendendo das 7h às 17h, todos os dias da semana.
Embora o medo de contrair o novo coronavírus ao sair de casa seja um dos principais empecilhos para a doação de sangue, o Ministério da Saúde ressalta que a atividade é segura: todos os profissionais são devidamente paramentados e o agendamento é feito de forma online para evitar aglomerações. Todas as unidades, seguindo os protocolos de segurança, disponibilizam ainda álcool gel em suas dependências, propiciando o distanciamento social recomendado e exigindo o uso obrigatório de máscaras aos doadores e colaboradores.
Sabemos que o sangue e seus componentes salvam muitas vidas, porém, infelizmente, ainda existem medos, crenças e desconhecimento, que evitam assim, o aumento no número de doadores. A chegada dos dias mais frios – quando comumente os estoques ficam reduzidos - também preocupa... Dá para imaginar, se continuar assim, qual será o déficit no meio do ano? Quantas vidas mais serão perdidas? Não custa nada doar. Não importa qual o seu tipo sanguíneo. Sempre existirá alguém precisando do seu.