Diariamente, milhares e milhares de veículos percorrem as rodovias do Estado de São Paulo. São pessoas de todos os cantos, algumas em viagens de passeio, outras a trabalho e tem aquelas que utilizam as estradas para praticar crimes. Na região de Presidente Prudente, localizada na principal rota do tráfico de drogas, o trabalho rotineiro de fiscalização das forças policiais tem resultado em grandes apreensões de entorpecentes e também na prisão de pessoas que atuam como “mulas” (denominação a quem transporta droga para os traficantes).
A contratação desses indivíduos ocorre por diversos meios. Seja pelas redes sociais ou indicações de parceiros, todos almejam um único objetivo: ganhar dinheiro fácil. E isso independe de idade ou classe social. Nas páginas deste diário, já foram noticiadas prisões de estudantes, caminhoneiros, profissionais da saúde, funcionários públicos e donas de casa, que colocaram a vida em perigo durante o transporte das drogas. Muitas delas vêm de outros Estados. Até mesmo estrangeiros que são detidos na região, a caminho dos aeroportos da capital paulista.
Não podemos negar que desconhecem os riscos, até porque as pessoas que se envolvem no mundo do crime sabem muito bem das regras as quais precisam obedecer, uma delas, é o disfarce. Na tentativa de burlar a fiscalização, reinventam diferentes formas de armazenar a droga, a fim de não ser encontrada pela polícia. Porém, o nervosismo na abordagem sempre entrega os transportadores, assim como na reportagem veiculada ontem na edição online deste diário: o nervosismo de dois homens entregou a carga de 1,3 tonelada de maconha.
É fato que a necessidade financeira, aliada ao mau caráter, contribui para a entrada dessas pessoas no mundo do tráfico. Mas percebe-se a falta de prática dos iniciantes em fazer o transporte da droga. Ao que parece, caem na conversa de que não serão pegos, que passarão tranquilamente pela fiscalização e cumprirão com o combinado, tendo a recompensa garantida. Mas é aí que se enganam. Enquanto os traficantes tentam passar despercebidos, as forças policiais estão dois passos à frente e conseguem impedir que o percurso seja concluído.