E as parcelas das escolas particulares?

Sindicato das unidades de ensino e instituições, como o Procon, defendem que o pagamento deve ser mantido integralmente, visto contratos anuais e investimentos para aulas digitais

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 02/05/2020
Horário 07:15
Freepik.com: Alunos de escolas particulares também utilizam ambiente online para as aulas
Freepik.com: Alunos de escolas particulares também utilizam ambiente online para as aulas

A rede particular de ensino também precisou adaptar os seus atendimentos para que alunos não saíssem prejudicados durante o período de quarentena. Isso porque, em meio à pandemia, diversas foram as unidades em toda a região que já anteciparam as férias escolares do meio do ano para este mês de abril, e muitas são aquelas que ainda organizam seus calendários para iniciar este período de recesso no próximo mês. Todas contam com a ajuda da tecnologia para viver este momento, por meio de aulas, atividades e transmissões via internet. Em paralelo a todas essas mudanças surgem as especulações sobre descontos ou até mesmo reduções nas parcelas pagas na rede privada, mas o sindicato da categoria e entidades ligadas à defesa do consumidor defendem a manutenção integral dos pagamentos.

Em carta aberta às unidades de ensino, o Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) afirma que tem sido informado de que muitas escolas “sofrem pressão”, inclusive por meio de abaixo-assinados, para que reduzam ou deem descontos pelos mais diversos motivos. No entanto, alega que ceder a essa pressão não resolverá o problema de manter o aluno matriculado na escola. “Se assim fosse, nós seríamos os primeiros a aconselhar isso. Mas, temos a responsabilidade de dizer a verdade, mesmo que ela seja duramente criticada”.

E a verdade, segundo o sindicato, é a de que os custos das escolas estão mais altos agora na pandemia, porque, além de todas as contas, houve gastos em tecnologia, sistemas e internet para fornecer as aulas a distância. “Temos um contrato anual com as famílias, dividido em parcelas. Então, não há o que se falar em desconto, pois não são mensalidades”. Além disso, finaliza ao pontuar que todas as escolas precisam levar em consideração que vão precisar repor as aulas, cumprir as 800 horas legais e que terão mais custos ainda futuramente, o que não viabiliza tais descontos.


ENTIDADES DEFENDEM

PAGAMENTO INTEGRAL

O diretor-executivo do Procon-SP (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor), Fernando Capez, afirmou que o posicionamento da entidade é de que as parcelas continuem sendo pagas, visto que a pandemia é um evento de “força maior”, e que não é possível culpar alunos ou instituições de ensino em relação ao que se vive. “Os descontos não devem haver, visto que as unidades investem para o desenvolvimento das aulas digitais”.

 

 

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