Antes de tudo, é importante reforçar: a pandemia ainda não acabou! Pois bem... há pouco mais de um mês tudo parecia caminhar para a “normalidade”. Horários de funcionamento do comércio foram estendidos, cinemas tiveram autorização para reabertura das salas, bares e restaurantes puderam aumentar a capacidade de clientes, festas foram autorizadas. As medidas tomadas pelos governos foram um gatilho para o retorno das aglomerações. E quem paga novamente o pato? Os comerciantes, mais precisamente, “os donos da noite”.
O crescimento acelerado de casos de Covid-19 em Presidente Prudente neste mês foi perceptível, ao analisar o esgotamento de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e enfermaria nos hospitais da cidade. O cenário causou espanto não apenas pelo fato de não haver mais locais para internação, mas pela mudança no perfil dos internados: os jovens! Pode-se atrelar o fato de o público ser o que mais frequenta as atividades de lazer noturnas, como bares, conveniências e esquinas das praças.
As aglomerações nestes espaços não eram vistas apenas nas publicações das redes sociais, mas a olho nu, sem nenhum receio da fiscalização. Agora, a reviravolta prejudica aqueles que já estavam na pindaíba e que ficaram mais de seis meses estagnados. Nesta semana, o governo estadual reduziu o horário de funcionamento de bares para até às 20h – o mesmo limite vale para a venda de bebidas alcoólicas em restaurantes e conveniências, mas que funcionarão até 22h.
Entende-se a preocupação das autoridades em restringir o uso desses espaços para evitar a disseminação do coronavírus. Mas de nada adianta castigar os empresários, se os encontros da noite continuarão sendo feitos do lado de fora. Claro que não tem muito o que fazer, sendo que a conscientização é do cidadão. Mas, é importante que a partir disso seja feita uma fiscalização mais rígida no período noturno, que não se limite a atender aos casos somente por denúncias. Quem está na rua precisa temer a aparição dos fiscais, e em Prudente “a galera” não está nem aí.
Enquanto a festa continuar a rolar solta, as restrições serão cada vez mais rígidas. E quem são os culpados? Os próprios cidadãos.