Eleições e artimanhas

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 03/10/2020
Horário 04:28

Diante das eleições iminentes, o eleitor precisa redobrar a atenção diante dos artifícios utilizados por candidatos, muitas vezes orientados por marqueteiros, trabalham arduamente na fina arte de ter razão, mesmo sem tê-la. O livro “38 Estratégias para vencer um debate, a arte de ter razão”, do autor Arthur Schopenhauer, Faro Editorial, revela como a palavra é uma arma poderosa e decisiva para êxito ou derrota em debates.
O autor deixa claro que não inventou estas estratégias, apenas as identificou, bem como o contexto onde normalmente foram empregadas. Como dizia o filósofo alemão Shopenhauer, “Pode ser que você esteja com razão, mas, uma vez que entre num debate, estar certo não é suficiente”. O autor ainda demonstra que ter razão e ficar com a razão são coisas diferentes: mesmo que não esteja do lado da verdade o oponente “mais espirituoso e [que] sabe lutar de maneira ágil” leva vantagens.
As afirmações, mesmo que falsas, podem ser defendidas com afinco para criar legitimidade nas afirmações, mesmo que não haja embasamento em fatos para isso.

O eleitor precisa redobrar a atenção diante dos artifícios utilizados por candidatos, muitas vezes orientados por marqueteiros

Estratagemas que levam a falácias convincentes passam, por exemplo, por diálogos articulados capazes de mudar convenientemente de assunto quando este o prejudica; as teorias do oponente muitas vezes são atacadas impiedosamente para provar que a prática é diferente, o foco é desmoralizar o oponente; e assim o livro cita outras 36 estratégias.
Estratégias linguísticas não são essencialmente boas e nem ruins, são ferramentas poderosas que penderão para um lado ou outro dependendo da forma que é utilizada. É como uma faca, alguém pode usar para fazer um almoço ou matar alguém. Por isso, o eleitor precisa tomar um cuidado especial com os debates, um determinado candidato pode até parecer estar com a razão, mas isto não significa que necessariamente esteja: fiquemos atentos antes de definir os votos.

 

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