Ciente de que minha escolha afetará a vida de todos os cidadãos do município, tentei filtrar os meus mais recônditos desejos deixando-os somente para mim. Procurei usar o filtro identificador de quem poderá atuar para beneficiar a todos, especialmente, as pessoas mais necessitadas.
Numa sociedade acolhedora, os mais fortes protegem os mais fracos e a personagem político-pública deve ser considerada o forte na comparação. Enquanto uma só pessoa estiver em risco, o conjunto da comunidade não estará a salvo. De todos quantos consegui ter contato – vendo, ouvindo e lendo – recebi luzes favoráveis ao discernimento. Cada um tem o seu jeito de ver e de sentir as carências locais, bem como tem o seu modo de apresentar as soluções, assim como eu certamente teria os meus.
Não acredito que o bom político seja aquele que comunga exclusivamente dos meus ideais, pois não sou a totalidade da sociedade nem o modelo acabado de ser humano. Não acredito que o melhor candidato seja o mais desenvolto no uso do microfone ou da câmera fotográfica e de vídeo, pois há usos e abusos da palavra e da imagem. Não acredito que o melhor a ser votado seja aquele que ficou mais conhecido e famoso; fosse assim, os tímidos e os com menos recursos financeiros jamais assumiriam postos eletivos – e nunca se disse que tímidos sejam piores no trato da coisa pública ou no cuidado de outrem.
Eu acredito que o bom político tenha o bem comum como o seu norte moral de atuação. Alguém disposto ao sacrifício pessoal em favor do outro, todo outro, não apenas aos da sua agremiação. Eu acredito que o bom político procure o diálogo com as personagens importantes da sociedade local para agregar, contemplar as diversas pontas do tear e, mantendo-se fiel a si e aos seus princípios, coloque o município acima das suas exclusivistas visões de mundo. Eu acredito que o bom político não cresça desconstruindo a fama do adversário nem o veja como inimigo seu, pois tem valores inegociáveis. Eu acredito que o bom político quando tem que perder alguma coisa, perde apenas a eleição, não o caráter nem a boa fama. Afinal, eleição tem regularmente a cada ciclo, e a vida (em sociedade) diariamente.
Eu vou votar naquele que a meu ver mais se aproxima dessas considerações, esperando sinceramente com isso não perder o meu voto ainda que o meu escolhido não seja eleito pela democrática maioria dos eleitores, meus concidadãos.
O nome do meu escolhido não importa, pois não estou aqui a pedir votos para ele. Importa que ele ou aquele que você eleger nos ajude a viver numa cidade mais decente, inclusiva e próspera.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!! (Padre Sandro Rogério dos Santos)
(*) Escrevo mais a respeito na crônica semanal: “amanhã será hoje”
Liturgia
33º Domingo Comum
Leituras: Provérbios 31,10-13.19-20.30-31; Salmo 127/128; 1 Tessalonicenses 5,1-6; Mateus 25,14-30
I.- Antífona de entrada: Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiverdes. (Jr 29,11s.14)
II.- Ele nos confiou muito. Deus confia em nós mais do que nós mesmos confiamos. Ele nos confiou muitos talentos e aptidões, não apenas para nos realizarmos plenamente como pessoas e sermos cristãos, mas também nos chamou para “construir” a Igreja e o Seu Reino. Quanta confiança! Ele se coloca a Si mesmo, a Sua Igreja e o Seu Reino em nossas mãos. Claro que essa confiança se transforma em responsabilidade de nossa parte. Somos cooperadores de Deus na Sua obra. Precisamos fazer frutificar o que em nós Ele depositou. Peçamos ao Senhor Jesus nos dê a graça de saber responder plenamente à profunda confiança de Deus em nós.
III.- Leituras: 1) A dona da casa usa todos os seus talentos. Eis uma fotografia de uma mãe e esposa exemplar. Ela emprega todos os seus talentos de mente, coração e fé ao serviço da sua família e dos pobres. 2) Manter-se alertas para a Vinda do Senhor. Como “filhos da luz e do dia”, deveríamos estar prontos a qualquer momento para a vinda do Senhor, mesmo sem saber quando isso acontecerá. 3) Que foi feito com os talentos? Deus nos presenteou com ricos dons da fé. Que fazemos com eles? Dentre os empregados desse evangelho, com qual nos identificamos: aquele que enterra o talento ou o que os multiplica?
IV.- Oração: Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas.
V.- Para o caminho: Tudo o que temos e somos é dom de Deus. Ele nos deu o que temos. Assim, esperamos que também nos dê força e ânimo para servir com todo o nosso ser aos nossos irmãos.