O índice de empregos na construção civil caiu 3,2% na região de Presidente Prudente em um ano, entre abril de 2014 e 2015. A porcentagem corresponde à dispensa de 323 funcionários do setor neste período. A pesquisa foi elaborada pelo Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Entre as dez regiões pesquisadas no Estado, as mais afetadas foram a de Prudente e de Santos, com queda de 1,29%. Já as áreas próximas a Sorocaba, São José dos Campos, Bauru e São José do Rio Preto apresentaram resultados positivos.
De acordo com Marco Aurélio Cesco, diretor-adjunto regional do Sinduscon-SP, as demissões abateram todos os cenários da construção, como o setor imobiliário, infraestrutura e habitação. Ele atribui a crise ao aumento da taxa de juros no financiamento de imóveis, corte de investimentos de obras de infraestrutura, corte de captação de recursos do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, e outras atividades do governo que reduziu o número de obras. "Muitas construtoras têm trabalhado com o limite de funcionários para não sofrer mais prejuízos. As pessoas estão sem dinheiro para investir em obras e reformas. É uma situação que, por enquanto, não tem como driblar", observa.
Cesco relata que os primeiros sintomas de redução do setor começaram em dezembro e progrediram entre janeiro e fevereiro. "E desde então tem sido uma crescente", destaca. Com a falta de lançamento de edifícios residenciais, o diretor-adjunto ainda não tem previsão de quando o cenário poderá melhorar.
Em um comparativo entre março e abril deste ano, a pesquisa aponta, ainda, uma leve queda de 0,07% no Estado, e uma redução de 0,78% em âmbito nacional.
Atividade industrial
A atividade industrial também é afetada com atual cenário econômico do país. A região de Prudente sofreu uma queda de pouco mais de 3% entre março a abril deste ano. É o que afirma Wadir Olivetti Júnior, diretor regional do Ciesp (Centro das Industrias do Estado de São Paulo) ao comparar com a estatística paulista, que é de 3%. "A média geral é essa, mas acredito que na nossa região, o percentual caiu um pouco mais", comenta.
Segundo pesquisa da Fiesp (Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e Ciesp divulgada ontem, o desempenho da indústria paulista apresentou forte piora. De acordo com a Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp e Ciesp, o INA (Índice de Nível de Atividade) acumula o quinto quadrimestre consecutivo de queda.
O diretor regional diz que os setores metalúrgico, automobilístico, de serralheria e infraestrutura são os mais afetados, atualmente. Um dos fatores é a alta cobrança de impostos e a falta de circulação de dinheiro no mercado. "A economia está estagnada. O governo tem cortado gastos, cobrado mais da população e a verba não gira. Todos têm sofrido o reflexo da crise financeira", explica.