As empresas responsáveis pelo transporte coletivo em Presidente Prudente pediram à Semav (Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública) vistas do processo sobre a revisão tarifária que foi solicitada no fim do ano passado. Conforme a advogada da TCPP (Transporte Coletivo de Presidente Prudente) e da Pruden Express, Renata Moço, a pasta chegou a emitir um parecer para a concessão de um aumento no valor da passagem para R$ 3,90 – o qual não foi concedido pelo Executivo.
Prefeitura ainda não deu retorno sobre concessão do reajuste às empresas de ônibus
"Agora solicitei cópia dos processos para saber por qual razão não foi dado o reajuste até dezembro, que era de responsabilidade do ex-prefeito Milton Carlos de Mello, Tupã ", declara. As empresas pediram reajuste de 20,6% - solicitando que a tarifa passasse de R$ 3,25 para R$ 3,92 - e a proposta foi reencaminhada à pasta municipal que deveria realizar o recálculo.
O atual chefe do Executivo, Nelson Roberto Bugalho (PTB), foi questionado sobre a possibilidade de aumentar o valor da passagem ainda neste ano, mas ainda não havia definição sobre a possibilidade. Ontem, a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) informou que o prefeito deve se reunir hoje com o atual gestor da Semav, Osvaldo Francisco da Silva, para discutir a situação do transporte coletivo em Prudente.
Manifestação
Um evento no Facebook já conta com aproximadamente 60 pessoas que manifestaram interesse em participar do protesto que está sendo organizado não por um grupo, ou entidade, mas por um cidadão comum e usuário do transporte coletivo. Everton dos Santos Oliveira, que é músico, relata que aguarda pelo menos 1 mil pessoas na manifestação que busca um preço justo e um serviço de qualidade.
"O principal objetivo é fazer com que o aumento que está já sendo pautado seja cancelado e que volte aos R$ 3", afirma Everton. O prudentino esclarece que os ônibus "carecem de acessibilidade, enfrentam problemas como superlotação, ausência de cintos de segurança e uma licitação para a reformulação do transporte que não sai". "Já reduziram linhas de ônibus, frota e os horários nunca são respeitados", afirma.
Reajuste deficitário
As empresas apresentaram o novo valor esclarecendo que há dois anos a tarifa não é reajustada de forma compatível com o crescimento dos custos operacionais e que recorrerá à Justiça se o valor não for concedido. A intenção da TCPP e da Pruden Express é negociar com a Prefeitura para que ela subsidie ao menos parte do valor da passagem, para que as empresas não tenham déficit financeiro e a população também não seja tão afetada com o crescimento da tarifa.
Em nota encaminhada à reportagem, as empresas alegam que "durante anos a administração pública negligenciou a manutenção do equilíbrio econômico do contrato firmado, não concedendo os reajustes anuais correspondentes ao aumento dos custos operacionais que envolvem reajustes de salários dos funcionários, contas de água, energia, entre outros". "Se o serviço prestado pelas empresas não corresponde aos anseios dos usuários, isso se deve a fatores políticos, e não legais", expõem as empresas, por meio da nota.