Desde o dia 19 de outubro, quando a Prefeitura de Presidente Prudente protocolou a propositura na casa de leis, a fim de tratar do empréstimo de US$ 46.880.000,00 proposto pelo prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB), a ser destinado ao Projeto de Desenvolvimento Urbano e Mobilidade + Prudente, entidades prudentinas demonstraram interesse em acompanhar a demanda, bem como entender o projeto e o que ele poderia trazer de bom ou não para a cidade. Hoje, pós-aprovação do Legislativo em dar continuidade na tentativa da operação de crédito, as partes divergem quanto à solicitação.
Por exemplo, no caso da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente), que desde o início protocolou requerimento solicitando mais informações do projeto, fica claro que nunca foi contra o projeto e tem ciência da necessidade das obras, “mas os esclarecimentos não foram pontuais”, conforme o presidente da entidade, Marcos Antônio Carvalho Lucas. Para ele, “os vereadores acabaram aprovando algo que sequer têm ideia do que seja”, e diz ainda ser temerário, principalmente ao que tange à contrapartida do município, que é de 20%, algo em torno de R$ 35 milhões.
Com o mesmo pensamento, o diretor regional do Ciesp/Fiesp (Centro e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Wadir Olivetti Júnior, também afirma que “em nenhum momento foram contra o projeto”, mas que, na verdade, cobraram um detalhamento, uma explicação sobre a proposta, a fim de trazer mais transparência à população. “Tivemos um papel de responsabilidade que é do Legislativo. Deu a entender que a sociedade estivesse cobrando, mas, na verdade, estávamos fiscalizando”, completa.
Em contrapartida, o presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região), Vitalino Crellis, acha o empréstimo importante, porque todo dinheiro que entra favorece, principalmente o comércio. “Dificilmente a Prefeitura vai ter um valor desse tamanho. É um projeto muito bom, que vai ajudar a infraestrutura da cidade. Se conseguir será uma boa coisa”, considera. E, apesar de ser favorável, ele também pede mais detalhamento de como o dinheiro será gasto.
Legislativo
E apesar da maioria ter sido favorável ao PL (Projeto de Lei) 687/17, sobre o empréstimo, durante a votação na sessão ordinária, no Legislativo também houve posicionamentos contrários. Foram 11 votos de vereadores a favor, e dois contra, sendo eles do presidente da casa de leis, Ênio Luiz Tenório Perrone (PSD), e o vereador Mauro Marques das Neves (PSDB).
À reportagem, o presidente relatou que não é contra obras no município, mas que números exatos deveriam ser apresentados antes de aprovar um projeto como esse. Ainda de acordo com ele, faltam detalhes, principalmente as especificações de como esses trabalhos serão feitos. “Além de tudo isso, dos valores, taxas não estarem claros, nenhuma destas obras que a Prefeitura diz que devem ser realizadas, as obras propostas, nenhuma delas têm um projeto de engenharia e/ou os projetos de custos e viabilidade. Ou seja, o que existe são apenas filmagens aéreas e edição gráfica de qual é ideia ser executada”.
Por outro lado, sendo um dos que votaram a favor da propositura, o vereador Willian César Leite (PPS) garante que são obras necessárias e que vêm de anseios da população. “Os vereadores recebem requerimentos diariamente solicitando essas melhorias”, afirma. Ademais, ele cita o parecer favorável da Secretaria do Tesouro Nacional como garantia de um bom negócio.
