Simples como a vida interior foi a sua vida exterior. Irmã Teresa lança como um véu de simplicidade e sorriso sobre uma vida de sacrifício. Ela procura não deixar escapar nenhum sacrifício, nenhum olhar, nenhuma palavra; quer dizer, aproveita-se dos mínimos atos e realiza-os por amor: sofrer por amor, gozar por amor... não perder nenhuma ocasião para desfolhar todas as flores no caminho para Jesus. Dessas muitas flores, é possível colher algumas e então compreender ainda melhor a continuidade e o alcance da vida de sacrifício de Santa Teresinha.
Uma religiosa no Carmelo em Lisieux (França, onde Teresa viveu 9 anos de sua jovem vida) tem o privilégio de desagradar-lhe em tudo, em tudo mesmo; e naturalmente Teresa sente uma grande antipatia por ela. Muito bem! Essa irmã, um dia a faz parar e: “quererá dizer-me, Irmã Teresa – pergunta-lhe – o que tanto a interessa em mim? Não há uma só vez que a encontre que não me favoreça com o mais belo sorriso”. Pobre irmã! Jesus, unicamente Jesus, que torna suave o que é amargo, atrai para ela irmã Teresa! Para chegar a dominar-se a si mesma e vencer-se é preciso que passe além daquele invólucro, para ela tão desagradável, e procure e contemple o Hóspede Divino que repousa nessa alma em graça.
Era tão franca, tão espontânea a sua vitória que Maria (Irmã Maria do Sagrado Coração) se tornou um pouco ciosa dessa irmã e um dia queixou-se disso à Santa: “Parece-me que queira mais a Irmã X (‘a desagradável’) do que a mim; quando a encontra, quando lhe fala, vejo-a radiante. Digo a verdade; não me parece justo, porque, afinal, os afetos de família vêm de Deus...”. Irmã Teresa não pode fazer outra coisa senão rir-se de bom grado; mas nada disse dos sentimentos de antipatia que lhe inspirava tal pessoa. Quando mais tarde Celina foi sua noviça, para auxiliá-la a vencer as antipatias, Teresa ensinou-lhe seus pequenos meios. Ouvindo o nome da Irmã ‘desagradável’ que tanto exercitava a virtude de Teresa, Celina caiu das nuvens. Teria julgado que fosse sua mais querida amiga.
Toda pessoa deve procurar dominar os sentimentos de natural antipatia; mas no caso de Teresa, fazê-lo de modo que inspire ciúme à própria irmã, e fazer crer à pessoa antipática que possui a nossa predileção, não é próprio senão dos santos e de grandes santos. Isso acontecia num Mosteiro de clausura e por anos e anos. No dia 1º de outubro, a Igreja celebrará a pequena-grande Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face – Doutora do Amor, do Pequeno Caminho, Patrona das Missões Universais, a Santinha das Rosas.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!
