Qual cantiga de ninar a mãe cantarola para seu filho dormir? Foi-se o tempo em que a bênção da mãe velava o sono do filho sem medos, porque a graça estava ali, comunicada pela sacerdotisa doméstica. Foi-se o tempo em que as crianças aprendiam a rezar no colo da mãe. Olhar da mãe era o olhar de Deus! A confiança em Deus e na vida eram gestadas no colo da mãe. Esse lugar de segurança extrema, de confiança sempre renovada e de coração provado. Além do coração cheio de amor divino, a mãe traz em si outros dons que dispensam explicação.
Aos que foram privados dessa convivência, explicação não é suficiente. Aos que tiveram a oportunidade de experimentar o calor do colo, a força do abraço, o poder da palavra e a singularidade do olhar jamais terão medo do mundo. A força está plantada no seu interior. Presença de mãe enche de vida, coragem e vontade de viver. Destacadas personagens da sociedade levam suas dificuldades às vezes escondidas por acreditarem que a cultura não suporta líder frágil e de coração humano; são-lhes exigidos cérebro e mãos, inteligência e atitudes. Os líderes amados além da inteligência e das atitudes profissionais exalam um bom odor de vida gestada no ventre e no colo.
Quando se fala de mãe certa nostalgia paira no ar. Tem-se saudade daquele tempo quando não se tinha vergonha de pedir a bênção, de chorar cântaros por um nada... na verdade, procurava-se motivos para estar junto daquela que dava segurança. A Sagrada Escritura usa a simbologia maternal para revelar o amor de Deus pelas criaturas humanas: “como uma criança no seio materno, assim está minha alma em mim mesmo” (Sl 130). “Seus filhinhos serão carregados ao colo e acariciados no regaço. Como uma criança que a mãe consola, vocês serão consolados” (Is 66). Diante disso, convém pedir ao Senhor da vida para redobrar o estoque de afeto e de amor no coração materno. Embora não se trate de estoque, mas de fonte!
No coração materno há uma fonte de vida e amor – que nada fará esgotar. Nem frieza do tempo, nem a aspereza do trato destroem a maior força da vida: o materno, que a exemplo do amor divino, é cheio de compaixão e pronto a corrigir sem destruir, a consolar sem justificar os erros, a socorrer e, enquanto feridas houver, a se vergar sobre ele sem medo nem pressas. Você pode ser mulher e não ser mãe, mas certamente, seja homem, seja mulher, é filho. No altar deste dia, filhos agradecidos e afetuosos ofertam a vida das mães por tudo quanto elas são e significam.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!
