Bond é um conceito anglo-saxão que pode ser interpretado no Brasil com a acepção de “título de dívida”, em que o subscritor fornece recursos ao emissor em troca de uma taxa fixa ou flutuante de juros e do reembolso do valor investido na data de vencimento do título. O green bond segue as mesmas características, com a particularidade que os recursos levantados pela emissão devem ser utilizados, exclusivamente, em projetos considerados benéficos, ou não poluentes ao meio ambiente.
O primeiro título de dívida rotulado “verde” foi emitido em 2008, pelo Banco Mundial, para atendimento de uma demanda específica de fundos de pensão escandinavos, que procuravam instrumentos financeiros com as características de um produto de renda fixa, para apoiar projetos sustentáveis. A partir da primeira emissão, outros bancos multilaterais se interessaram pelo conceito do produto e desenvolveram suas próprias emissões.
Atualmente, Estados, bancos comerciais, bancos de desenvolvimento e empresas captam recursos no mercado capitais por meio de green bonds. O sucesso das emissões de green bonds está relacionado, dentre outras causas, pelo aumento da preocupação com questões ambientais por players tradicionais, que vêm aumentando o portfólio de investimentos em projetos sustentáveis e de baixa emissão de CO2.
Estados, bancos comerciais, bancos de desenvolvimento e empresas captam recursos no mercado capitais por meio de green bonds
Esse é caso, por exemplo, de empresas do setor de O&G, constatado pela recente ampliação nas suas divisões em energias renováveis e investimentos em pesquisas de transição energética. O mesmo pode ser visto no mercado de capitais internacional, por onde é crescente a quantidade de investidores institucionais que estão empenhados em desenvolver o mercado de títulos verdes.
Em nível doméstico, o compromisso com o meio ambiente foi reiterado por investidores, por meio da assinatura da Declaração sobre Títulos Verdes, em junho de 2017, que reconheceram que as mudanças climáticas impõem riscos significativos para a sociedade e para a economia e indicaram que os títulos verdes representam uma nova opção de investimento responsável e sustentável para o financiamento de soluções climáticas.