Estudantes de 28 escolas estaduais da região de Presidente Prudente deverão ficar sem aulas hoje em função da greve geral iniciada pelos professores e funcionários destas unidades. Outros 19 colégios anunciaram adesão parcial ao movimento e deverão atender os alunos por meio dos profissionais que não participam da mobilização. A paralisação foi anunciada pela categoria na semana passada e, além de pressionar o governo estadual a negociar a campanha salarial da classe, ainda quer apoiar a greve nacional da educação, convocada pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação). Ao todo, o levantamento da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) aponta que 47 escolas de 20 municípios do oeste paulista estão envolvidos na ação.
Ontem, membros da Apeoesp promoveram visitas em escolas
Ontem, representantes da Apeoesp promoveram visitas em escolas, quando representantes da entidade dialogaram com professores, estudantes e pais sobre as reivindicações, bem como a greve. Uma delas foi a Escola Estadual Doutor José Foz, na Vila Marcondes, em Prudente, onde a previsão é de adesão de 100% dos funcionários e professores. Para hoje, primeiro dia da paralisação, uma assembleia estadual está marcada para às 14h, na Praça da República, na capital paulista.
O conselheiro estadual de representantes da Apeoesp, Wilian Hugo Correia dos Santos, explica que, durante a greve, que ainda está definida como por tempo indeterminado, nas escolas, cujos professores e funcionários aderirem em 100% à paralisação, as portas ficarão fechadas. Já no caso das unidades com participação parcial na paralisação serão dirigidas pelos profissionais que optaram por não cruzar os braços. "Neste caso, se professores e funcionários pararem, os gestores ficam responsáveis pela escola. Já no caso da direção parar, professores e funcionários, com supervisão da Diretoria Regional de Ensino, respondem pela unidade", esclarece.
Como noticiado neste diário, a Apeoesp destaca que, além da campanha salarial, os principais eixos de luta da categoria são a discordância com as reformas do ensino médio, da previdência – "que acaba com o direito à aposentadoria dos trabalhadores, prejudicando fortemente os professores" –, a luta por reajuste salarial imediato rumo à aplicação da Meta 17 do Plano Estadual de Educação, que trata da equiparação salarial com as demais categorias com formação equivalente, e o currículo máximo no ensino médio – contra a retirada de disciplinas.
Negociação
Sobre o assunto, a Secretaria de Estado da Educação, por meio de sua Assessoria de Imprensa, reitera que mantém uma mesa de negociação aberta com os sindicatos da categoria e ressalta que na semana passada já foi pago o salário com reajuste de 10%, aumento que será incorporado aos vencimentos de mais de 18 mil docentes de educação básica I. Ressalta que, com isso, nenhum professor do Estado recebe menos que o piso nacional, que é R$ 2.298,80. Expõe ainda que o salário-base dos professores da rede estadual de ensino é R$ 2.415,89, ou seja, "5% superior ao piso nacional e acrescido de benefícios".