Homoafetividade: fala do papa é sobre dignidade; não muda doutrina sobre a família

Diocese Informa

COLUNA - Diocese Informa

Data 25/10/2020
Horário 04:30

Após a repercussão da fala do papa Francisco em um documentário sobre o direito de homossexuais a estarem em uma família e de terem uma proteção legal, o bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Ricardo Hoepers, respondeu ao portal G1 a respeito do tema. Perguntado se havia algum posicionamento da conferência a respeito do tema, dom Ricardo explicou que, dentro da CNBB, “não houve nenhum tipo de avaliação em relação à fala do Papa Francisco para o documentário”. Mas ofereceu luzes para entender a fala do pontífice e a visão da Igreja sobre o tema. “Percebo que o papa Francisco mais uma vez demonstra sua serenidade, voltando-se também às questões reais da vida cotidiana. Ele tem uma sensibilidade pastoral tão aguçada que nos impressiona com seu nível de humanidade”, observou.

Ressaltando que era uma fala para um documentário, não um pronunciamento oficial ou que se insere em seu magistério, dom Ricardo salientou a forma com que Francisco aborda o tema, também em sintonia com os apelos contra a “globalização da indiferença”. “O papa fala com o coração aberto sobre os reais sofrimentos das pessoas de condição homoafetiva. Em uma sociedade que exclui com preconceitos e violência, é uma fala sobre dignidade e, acima de tudo de respeito que devemos ter para com todas as pessoas”, afirmou. “No caso das pessoas em condição homoafetiva, muitas delas são abandonadas pelas suas famílias, discriminadas pela sociedade, e à margem dos direitos de ter uma cidadania respeitada. A realidade da discriminação também pode levar à violência e à exclusão social. Portanto, diante desses perigos, o Papa entende que uma lei deve buscar garantir a seguridade que toda pessoa merece por ser cidadão de direitos”, pontou.

 

Doutrina sobre a família

O comentário do papa, dentro do contexto do documentário, no entanto, não muda em nada do ponto de vista doutrinal ou dogmático sobre a família, segundo dom Ricardo, que destacou o parágrafo 292 da Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris laetitia – sobre a alegria do amor na família para salientar a continuidade da Igreja que caminha “em pleno acordo com a Tradição da Igreja sobre a sacralidade do Matrimônio e sua dignidade no plano de Deus”. “O matrimônio cristão, reflexo da união entre Cristo e a Igreja, realiza-se plenamente na união entre um homem e uma mulher, que se doam reciprocamente com um amor exclusivo e livre fidelidade, se pertencem até a morte e abrem à transmissão da vida, consagrados pelo sacramento que lhes confere a graça para se constituírem como Igreja doméstica e serem fermento de vida nova para a sociedade (Amoris laetitia, n. 292). Outro bispo que também situou a fala do papa Francisco em acordo com o magistério e a doutrina sobre a dignidade da pessoa humana e sobre a família foi dom Dimas Lara Barbosa, arcebispo de Campo Grande (MS). Em vídeo postado no canal da arquidiocese no Youtube ele resgata a fala do papa e explica que a mesma “se insere perfeitamente dentro daquilo que a Igreja manifesta, por exemplo, no Catecismo”.

 

Liturgia

30º Domingo Comum

Leituras: Êxodo 22,20-26; Salmo 17/18; 1 Tessalonicenses 1,5-10; Mateus 22,34-40

I.- Antífona de Entrada: Exulte o coração dos que buscam a Deus. Sim, buscai o Senhor e sua força, procurai sem cessar a sua face (Sl 104,3s).

II.- DEUS ESTÁ NO PRÓXIMO. À pergunta “se amamos a Deus” quase sempre se tem como reposta a observação: “mas que pergunta idiota!”. Entretanto, seria mesmo óbvio que amamos a Deus com todas as nossas forças afetivas, intelectuais e humanas? Verifiquemos. Você, casado, quanto de paciência tem com seu cônjuge cheio de manias e mau-humor? Perdoa o velho amigo por ter-lhe engando num negócio? Ama o vizinho que o acusou injustamente nos tribunais por causa da divisão entre as propriedades? O seu próximo é a configuração visível do Deus invisível. Peçamos a Jesus na eucaristia dominical que O reconheçamos em nosso próximo.

III.- Leituras: 1) Amar os pobres. Em nome da Aliança é pedido ao povo de Deus que faça pelos pobres o mesmo que Deus fez por seu povo: amar estrangeiros, órfãos, viúvas e endividados. 2) Fé genuína e contagiante. A fé dos cristãos de Tessalônica é modelo para todos os que creem; ela inspira outras comunidades, por ser genuína e contagiante. 3) Acima de tudo o Amor. Jesus faz do amor ao próximo o sinal do amor divino. O que importa, sobretudo é o amor de Deus e do próximo.

IV.- Oração: Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

V.- Para o caminho: Encerrando o mês missionário, recordemos que a maior missão que podemos realizar é cumprir o mandamento do Senhor: amar a Deus e amar ao próximo. Comprometamo-nos a transformar nossa vida, para bem realizarmos nossa missão.

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