Bem que o Nelson Rodrigues alertou que os idiotas dominariam o mundo. E não é que esse tempo já chegou? Os idiotas estão no comando de quase tudo.
Ainda sobre o alerta do Nelson Rodrigues, para quem não sabe ele disse o seguinte: "Os idiotas dominarão o mundo não pela qualidade, mas pela quantidade". Quantidade pesa muito. São muitos os idiotas dando as cartas em incontáveis setores, incluindo, claro, as artes como o cinema, o teatro e a música.
Vejam os filmes de hoje em dia. Super-heróis (?),tiros e monstros para mais de metro são as armas dos roteiristas. Além dos super-heróis tradicionais, como o Super-Homem, hoje descaracterizados, Hollywood inventa bobagens como o Homem Formiga, Lanterna Verde, Hancock e outros personagens ridículos.
Não vejo esses filmes nem que me paguem. É muita besteira. Filmes para idiotas. E o pior é que faturam bem nas bilheterias. Os estúdios ganham rios de dinheiro.
E a idiotice no setor musical? Barbaridade, tchê! Sertanojos e funkeiros dominam o mercado fonográfico com músicas que fazem corar até doente terminal. Tais "artistas" estão cada vez mais ricos. Há idiotas que aplaudem o que eles compõem e cantam.
Quem se der ao trabalho de "garimpar" - ou pesquisar - as 50 músicas mais tocadas pelas rádios verificará, se tiver bom gosto musical, que pouquíssimas se salvam, enfim, têm algum valor artístico.
A produção musical está em crise e é o caso de se perguntar: cadê os bons compositores e cantores? Não sei se eles existem mais e chego a pensar que o Brasil já mostrou o que tinha que mostrar de bom na área musical. Bossa nova, samba, moda de viola de raiz, frevo, forró, valsa e por aí vai.
Já na área do poder parece haver alguma coisa no ar além dos aviões de carreira, como dizia o Barão de Itararé. Ainda bem que agosto terminou. O problema é que os idiotas apenas começaram a mandar cada vez mais. Pela quantidade e não pela qualidade, como avisou Nelson Rodrigues. Parem o Brasil que eu quero descer.
DROPS
Nova Geografia: a capital do Afeganistão é Caboom.
Salvem-se quem tiver.
Chega de aperto. Chamem o mecânico.
O dinheiro não é tudo. Tudo é a falta de dinheiro.
(Millôr Fernandes)