Pela primeira vez, a cidade de Martinópolis vai ser administrada por uma prefeita. Isso porque, desde ontem, a cadeira do Executivo é ocupada por Ilza Filazi Ascêncio (PSD), 74 anos. A nova prefeita assumiu o cargo depois que Antônio Leal Cordeiro, Tonho (PV), foi restituído do cargo público, por decisão judicial, acusado de improbidade administrativa. A posse de Ilza foi realizada na manhã de ontem, no plenário da Câmara Municipal, e contou com a presença de cerca de 100 pessoas, entre membros do Legislativo, de entidades, associações, servidores, religiosos e demais integrantes da sociedade civil.
"Quero dar continuidade aos trabalhos que eram feitos por Tonho", expôs a prefeita, ao ser indagada sobre o que pretende fazer à frente do Executivo. Ela esclarece que mesmo acompanhando as iniciativas adotadas pelo antecessor, quer ter noção da realidade da Prefeitura, dos projetos e ações programadas, das prioridades e, assim, colocar em prática as providências necessárias. "Ainda não tenho decisões estabelecidas. Minha vontade é prosseguir a gestão já desenvolvida", pontua.
Ilza tomou posse ontem, em cerimônia na Câmara Municipal
Embora estivesse "nervosa" antes da cerimônia de posse, a gestora municipal manteve o ar sereno e o sorriso constante, aspectos que fazem parte da sua característica. "Não sei nem o que dizer neste momento, apenas que estou muito feliz em ser a primeira mulher a assumir a Prefeitura de Martinópolis", citou.
Ilza relata que a forma como ela chegou à frente da administração municipal não é o que esperava, visto que Tonho sempre foi alguém que manteve "um trabalho parceiro e deu-lhe apoio e oportunidades", a partir do cargo de vice-prefeita. No entanto, diz que conversou com o antigo prefeito, que ele a desejou sorte e deu forças nessa fase política.
No discurso de posse, a prefeita não se estendeu, mas fez questão de agradecer a presença de todos, a ajuda da população e a oportunidade de contribuir com a gestão da cidade. Por fim, ela esclareceu que seu objetivo é "lutar pelo povo martinopolense".
Ainda ontem, a chefe do Executivo compareceu ao Paço Municipal para uma cerimônia de apresentação e posse no órgão público e, como primeiro ato no cargo de prefeita, participou de uma reunião em Presidente Prudente, no período da tarde.
Legislativo
Para o presidente do Legislativo, João Ramos (PDT), a carreira política de 20 anos que a prefeita possui – onde exerceu cinco mandatos como vereadora, fora o tempo como vice-prefeita – é um diferencial para que Ilza desempenhe um bom trabalho na administração municipal. "Tem experiência e conhecimento para fazer uma gestão concreta", salienta.
População
Entre os moradores de cidade, a opinião quanto à mudança de prefeito se diverge, entre os que acham que foi necessário e os que dizem que Tonho deveria permanecer no cargo. Em comum, os munícipes esperam que a nova chefe do Executivo trabalhe pela população e faça uma administração correta.
"Espero que ela ajude a população. Precisamos de um mandato melhor", considera a serviços gerais Gina Cardoso, 56 anos. Ela diz que foi a favor da mudança, pois acredita que a cidade "está abandonada". Também apoiando a troca de prefeitos, Lena Chot, 45 anos, espera que Ilza desempenhe um bom mandato. Já a gerente Maria Lucia de Souza, 40 anos, diz que, na sua opinião, "nada vai mudar". "Em pouco tempo teve várias alterações e a cidade continua na mesma situação", aponta.
"Não foi uma boa coisa, deveria deixar o antigo prefeito no cargo", analisam as domésticas Luzia Fátima da Silva, 52 anos, e Jandira Torre dos Santos, 69 anos. Para elas, "Tonho trabalhava bem e merecia ficar na Prefeitura".