Imunossuprimidos, pacientes oncológicos são grupo de risco

Portanto, os cuidados das pessoas em tratamento contra cânceres devem ser redobrados; médicos afirmam que a quimioterapia, apesar de causadora de imunidade baixa, não deve ser interrompida

PRUDENTE - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 26/04/2020
Horário 15:19
Cedida: Coimbra afirma que os cuidados que os oncológicos devem tomar são os indicados aos grupos de risco
Cedida: Coimbra afirma que os cuidados que os oncológicos devem tomar são os indicados aos grupos de risco

Entre os grupos cujos riscos de evolução para casos graves da Covid-19 são maiores estão os pacientes oncológicos, aqueles que estão em tratamento contra o câncer, isto porque, possuem imunidade baixa, devido, principalmente, ao tratamento de quimioterapia. O médico radio-oncologista Roberto de Arruda Almeida afirma que o paciente oncológico costuma chegar às clínicas, já com imunidade baixa (um dos fatores que colaboram para o desenvolvimento tumoral), e a “químio” acaba por imunossuprimi-lo ainda mais, visto que age por todo o organismo. A radioterapia, ele ressalta que, por ser localizada, tem ação imunossupressora menor.

O oncologista-chefe do Departamento de Oncologia do HRCPP (Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente), Cezar Wilson Bastos Coimbra, afirma que a diminuição das defesas do organismo dos pacientes oncológicos depende, também, do tipo de câncer, já que existem quimioterapias cuja ação é mais ou menos agressiva. De qualquer forma, Coimbra reitera que a orientação a estes pacientes é continuarem o tratamento, visto que não faria sentido se preocupar com uma doença e deixar de se importar com outra.

No caso dos pacientes curados em fase de monitoramento, a orientação dos oncologistas é diferente. Cezar Coimbra afirma que aqueles que estejam se sentindo bem e sem manifestações do tumor devem esperar para realizar seus exames rotineiros depois do fim da pandemia e quarentena, como forma de segurança aos próprios pacientes, para que evitem frequentar ambientes com movimento de pessoas (como os laboratórios e as próprias clínicas oncológicas). “Os pacientes que já finalizaram o tratamento há um ou dois meses não possuem mais riscos relacionados à baixa imunidade”, completa.

O oncologista lembra, também, que a pessoa com câncer deve evitar ao máximo ir até hospitais ou postos de saúde, locais onde a transmissão do novo coronavírus pode ocorrer com mais facilidade. “O paciente deve sempre entrar em contato com seu médico para que ele avalie se determinados problemas podem ser resolvidos em casa ou se a ida a uma unidade de saúde é necessária”, destaca.

CUIDADOS PARA

ONCOLÓGICOS

Ambos os médicos, Roberto Almeida e Cezar Coimbra, colocam como cuidados para que as pessoas com câncer evitem a infecção pelo novo coronavírus os mesmos que a OMS (Organização Mundial da Saúde) e demais autoridades de saúde indicam à população em geral e aos grupos de risco: evitar ao máximo sair de casa (cumprir o isolamento social e quarentena); quando sair para consultas e tratamentos utilizar máscaras; lavar frequentemente as mãos ou higienizá-las com álcool em gel 70% e evitar contato, sobretudo, com os mais jovens, que podem ser vetores assintomáticos do vírus.

Cezar Coimbra pontua que os mesmos cuidados servem aos transplantados de medula óssea recentemente, cuja imunidade também é bastante deprimida. Segundo o médico, será um trabalho complexo os hospitais receberem pacientes com Covid-19 e todas as demais doenças, inclusive o câncer.

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