Incêndio atinge 463 ha de área em Parque Estadual

Deste total, 295,9 hectares correspondem a uma unidade de conservação; Polícia Ambiental agora a origem do fogo origem

REGIÃO - ANDRÉ ESTEVES

Data 01/05/2018
Horário 11:53
Polícia Militar Ambiental - Presença de fumaça levou equipe até o Parque Estadual do Rio do Peixe, em Ouro Verde
Polícia Militar Ambiental - Presença de fumaça levou equipe até o Parque Estadual do Rio do Peixe, em Ouro Verde

Um incêndio danificou cerca de 463 hectares do Parque Estadual do Rio do Peixe, em Ouro Verde, neste final de semana. Deste total, 295,9 hectares correspondem a uma unidade de conservação com vegetação secundária no estágio pioneiro de regeneração, sendo dos tipos braquiária e cana-de-açúcar. A Polícia Militar Ambiental agora investiga se o fogo teve origem criminosa ou acidental. De acordo com a corporação, uma equipe realizava patrulhamento preventivo durante a Operação 1º de Maio quando avistou grande quantidade de fumaça vinda do interior do parque, momento em que tiveram acesso à área queimada por meio da Fazenda Paulista, que faz divisa com o local. Ali, os agentes constataram de forma prévia que o foco começou provavelmente dentro da circunscrição do Parque do Rio do Peixe.

Em seguida, os policiais percorreram a área acessível onde houve o incêndio com o objetivo de verificar se havia outros indícios da origem das chamas. Na ocasião, se depararam com funcionários de usinas da região que trabalhavam para combater o incêndio e passaram a ajudá-los na contenção dos focos ainda existentes nas dependências do parque. Conforme o registro policial, ventos fortes contribuíram para que o fogo transpassasse a estrada e atingisse o canavial. Imediatamente, foram criadas frentes de trabalho com auxílio de caminhões pipas e tratores, que aplicaram métodos preventivos para que as chamas não se alastrassem até a área de preservação permanente e novamente alcançassem o parque.

Posteriormente, a equipe fez contato com um engenheiro ambiental, que afirmou ter sido informado sobre o incêndio por funcionários da Fazenda Paulista, no sábado, por volta das 21h. Na oportunidade, acionou o Pam (Plano de Auxílio Mútuo) para a contenção do fogo, procedimento que contou com sete caminhões pipas; dois tratores, sendo um com tanque da Fazenda Paulista; uma patrola e uma carreta tanque. A brigada de combate totalizou 32 pessoas. Durante os trabalhos de fiscalização com auxílio de um tablet, foi mensurada toda a área atingida pelo fogo, que resultou em aproximadamente 463 hectares.

Na sequência, os policiais procuraram um funcionário da Fazenda Paulista, o qual confirmou as informações passadas pelo engenheiro e acrescentou que o foco teve início dentro do parque, próximo à divisa com a fazenda. Quando percebeu o fogo, tentou combatê-lo e acionou a usina. No entanto, notou que o incêndio tomou grandes proporções e que não havia como fazer a contenção nas dependências do parque em função de não haver estradas de manutenção e corta-fogo.

A ocorrência foi encaminhada à Delegacia de Polícia de Ouro Verde para investigação de autoria, uma vez que a prática infringe o artigo 40 da Lei 9.605/1998.

 

Prejuízo à biodiversidade

Para o presidente da Apoena (Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar), o desastre representa um “grande prejuízo à biodiversidade”, não só para a floresta quanto para a fauna atingida direta ou indiretamente pelo fogo. “Infelizmente, é o início da temporada de incêndios, que promete ser severa nessa próxima estiagem”, expõe Djalma Weffort de Oliveira. Segundo ele, esse tipo de ocorrência quase sempre tem origem criminosa, seja intencionalmente ou por desleixo no manejo do fogo, e se torna ainda mais grave quando atinge uma unidade de conservação, como é o caso da área do Parque Estadual do Rio do Peixe.

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