Interesse de doar órgãos deve ser informado à família em vida

EDITORIAL -

Data 28/09/2019
Horário 04:01

Ontem, dia 27, foi lembrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos, data que busca incentivar a população a se tornar doadora e a discutir o assunto dentro do seio familiar. Conforme noticiado por este periódico, Presidente Prudente efetuou neste ano 62 captações de órgãos, sendo 26 no HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo e 36 na Santa Casa de Misericórdia. Em relação aos transplantes, a segunda unidade realizou seis procedimentos de rins e 34 de córneas no período de janeiro a setembro. Os dados são positivos, mas certamente não refletem a capacidade de ambas as instituições. Para estes números crescerem, no entanto, é preciso que o interesse em vida seja manifestado e as famílias tenham conhecimento desta vontade.

É sempre importante aproveitar esta data para desconstruir os mitos que ainda recaem sobre a doação de órgãos, uma vez que o procedimento não abrevia a vida dos doadores. No momento em que a morte cerebral de um paciente é detectada, os médicos realizam uma série de avaliações neurológicas com o objetivo de constatar de fato que toda a atividade cerebral foi interrompida. Só quando o indivíduo é legalmente declarado morto que ocorre a abordagem à família. Por ser este um momento muito sensível aos familiares, a decisão repentina de autorizar a doação de órgãos do ente querido pode se transformar em um peso para os envolvidos, contribuindo para a recusa. Se, nessas circunstâncias, a família já souber do desejo do potencial doador, a resolução será menos difícil.

Cabe ressaltar que, conforme especialistas, a autorização das famílias é indispensável. Antigamente, tal informação constava na carteira de identidade, mas deixou de ter validade. Nos dias de hoje, ainda que a pessoa deixe um documento assinado afirmando ser doadora de órgãos, não haverá valor legal. Sendo assim, verbalizar o interesse dentro de casa é fundamental. É importante pontuar que, diante de uma situação tão difícil quanto a morte, a doação de órgãos possibilita que a vida do ente querido salve a de outras pessoas e, com isso, ganhe uma extensão.

Publicidade

Veja também