Investir em educação é trazer esperança a crianças e adolescentes sem expectativas

EDITORIAL -

Data 15/02/2019
Horário 04:30

Conforme os dados do Saresp (Sistema de Avaliação e Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), referente às provas realizadas no ano passado, divulgados esta semana e noticiados hoje por este diário, nas quatro Diretorias de Ensino da região – Adamantina, Mirante do Paranapanema, Presidente Prudente e Santo Anastácio - as médias da nota dos alunos para as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática em todas as turmas do 3° ano do ensino médio, bem como nas turmas do 9° ano do ensino fundamental não atingiram o nível considerado “adequado”, ficando no patamar de aprendizagem básica.

Esse resultado sem dúvida demonstra o quão negligenciado tem sido o ensino público, ainda que existam transferências obrigatórias, responsabilidades relacionadas à merenda escolar, transporte público e tantas outras ferramentas que, embora auxiliem, não resolvem o problema da má qualidade nesta área tão essencial para trazer dignidade à população.

É importante que os gestores públicos tenham em mente o potencial transformador de uma criança ou um adolescente com uma boa instrução e munido de informação e conhecimento. É claro que políticas públicas e afirmativas para minimizar a desigualdade são importantes e trazem justiça social aqueles que acabam sendo desamparados pelo sistema cruel no qual vivemos. No entanto o papel da Educação também como um meio para melhorar a vida das pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade e vêm de zonas periféricas não pode ser menosprezado ou esquecido.

Investir na qualidade do Ensino é dar esperança a uma pessoa, e em muitos casos pode significar inclusive dar um motivo para viver. Muitos jovens perpetuam condutas nocivas porque acreditam ser a única alternativa possível e repetem o mesmo erro dos seus pais e das pessoas de seu convívio por não conseguir enxergar outras saídas possíveis. Portanto viabilizar apenas um nível de aprendizagem “básico” é tolher oportunidades e até direitos de cidadãos que nascem e vivem em condições menos favoráveis, e isso não deve ser mais tido como algo normal, aceitável ou justificável.

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