Jesus, mestre da oração

Diocese Informa

COLUNA - Diocese Informa

Data 09/11/2020
Horário 08:41

“A oração é, antes de mais nada, escuta e encontro com Deus. Os problemas da vida quotidiana não se tornam obstáculos, mas apelos do próprio Deus a ouvir e encontrar quantos estão à nossa frente. Assim, as provações da vida transformam-se em ocasiões para crescer na fé e na caridade. O caminho diário, incluindo as dificuldades, adquire a perspectiva de uma “vocação”. A oração tem o poder de transformar em bem o que de outra forma seria uma condenação na vida; tem o poder de abrir um grande horizonte para a mente e de alargar o coração. (...) Sem vida interior tornamo-nos superficiais, agitados, ansiosos; a ansiedade nos faz mal. Devemos buscar a oração. Sem vida interior fugimos da realidade e também fugimos de nós mesmos. Somos homens e mulheres em fuga sempre.”

Na quarta-feira, 4, na Biblioteca do Palácio Apostólico (Vaticano), o papa Francisco deu continuidade às catequeses sobre oração apresentando ‘Jesus, mestre da oração’. Francisco retomou as audiências gerais em sua biblioteca, depois da sinalização de um caso positivo de coronavírus durante a Audiência Geral de 21 de outubro, e para evitar qualquer risco para a saúde dos participantes.

A esse respeito, considerou o papa: “Infelizmente, voltamos a fazer a audiência na biblioteca, para nos defender do contágio da Covid. Isto nos ensina que devemos estar atentos às prescrições das autoridades, sejam as autoridades políticas, sejam as autoridades de saúde a fim de nos defender dessa epidemia. Ofereçamos ao Senhor esta distância entre nós para o bem de todos. Pensemos nos doentes, naqueles que entram como descartados. Pensemos nos médicos, enfermeiros, enfermeiras, voluntários, a todos aqueles que trabalham com os doentes nesse momento, que arriscam a vida e o fazem por amor à sua vocação, por amor ao próximo. Rezemos por eles. Obrigado.” A seguir, o resumo da catequese papal.

Na vida de Jesus, a oração era o centro de tudo aquilo que fazia. De fato, vemos no Evangelho como ele se retirava em lugares afastados para estar em diálogo com o seu Pai. Mesmo nos momentos de maior dedicação aos pobres e doentes, Jesus não deixava de procurar a intimidade da oração, encontrando repouso na comunhão trinitária. Neste sentido, podemos aprender do exemplo de Jesus algumas características da oração cristã. Primeiramente, aprendemos que este deve ser o primeiro desejo ao iniciar o dia, certos de que a oração é a respiração da alma, sem a qual tudo o que fazemos perde o sentido e a justa motivação; quando oramos, estamos em atitude de escuta e de encontro com Deus. Isso faz com que cresçamos na fé e na caridade e nos permite viver as vicissitudes quotidianas guiados pela luz de Deus que nos acompanha. Em segundo lugar, aprendemos com Jesus que a oração é uma arte que exige perseverança: deve ser para nós como uma regra de vida e não uma atitude ocasional. Outra característica que nos ensina o exemplo de Jesus é que a oração exige silêncio e solidão: não para fugir do mundo, mas para superar agitações e superficialidades da vida e conseguir escutar a Deus que nos fala. Por fim, na oração experimentamos como tudo o que fazemos começa e termina em Deus, de tal modo que podemos ajustar as nossas relações com todas as realidades que nos circundam, para nunca perdermos a paz e a alegria que vêm de Deus.

 

Liturgia

32º Domingo Comum

Leituras: Sabedoria 6,12-16, Salmo 62/63; 1 Tessalonicenses 4,13-18; Mateus 25,1-13

I.- Antífona de Entrada: Chegue até vós a minha súplica; inclinai vosso ouvido à minha prece (Sl 87,3).

II.- DISPONÍVEIS PARA O SENHOR. Muitas pessoas ao ouvir que devem estar vigilantes e disponíveis para a vinda do Senhor pensam isso significar estar prontas para a morte afim de não serem apanhadas de surpresa. Mas há muito mais. Temos que aprender a encontrar o Senhor agora nas diversas formas em que vem a nós: como nosso companheiro no caminho da vida, no próximo, na nossa oração, na celebração da eucaristia... Todas essas formas nos preparam para o encontro final. Peçamos ao Senhor a graça de estarmos atentos à sua constante presente entre nós.

III.- Leituras: 1) Quem busca a sabedoria divina a encontrará. A sabedoria divina que nos diz como viver de acordo com os caminhos de Deus e como ser felizes é facilmente encontrada por quem a busca. De fato, se estamos abertos a Ele, Deus e sua sabedoria nos buscam mais que nós mesmos O buscamos. 2) Quem morre em Cristo ressuscitará. Os tessalonicenses estão preocupados com os seus mortos. Se morreram antes do retorno de Cristo, como se salvarão? Paulo lhes diz: se morreram unidos com Cristo, ressuscitarão dentre os mortos e viverão para sempre. 3) Preparar-se para o encontro com o Senhor. Os cristãos não deveríamos dar por suposta a fé. Deveríamos ser vigilantes e trabalhar na esperança pelo retorno de Cristo. O Senhor certamente virá, mas não sabemos quando.

IV.- Oração: Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço.

V.- Para o caminho: Somos sábios ou néscios? Talvez um pouco dos dois: néscios quando pecamos, sábios quando vigiamos e procuramos viver um pouco mais aproximados do jeito de Jesus, colocando em prática a sua palavra. Que o Senhor nos mantenha sempre vigilantes e sábios.

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