Jornalismo: profissão do presente

Roberto Mancuzo

CRÔNICA - Roberto Mancuzo

Data 02/08/2022
Horário 06:00

651 bilhões de dólares. Não sei você, mas eu tenho uma certa dificuldade em compreender o que significa este valor. Sei que é muito e que daria para sossegar na vida. 
Mas a questão aqui é outra. 
Esta é a quantia que as empresas investiram em Comunicação Empresarial no ano de 2021 em todo mundo, segundo o Ad Age Marketing Fact Pack, guia anual do Advertising Age para profissionais de marketing, mídia e agências. 
Bem, duas certezas aqui: 
1 - Se você é empresário e não está diretamente envolvido neste “bolo”, acho bom repensar suas prioridades porque especialmente organizações privadas não costumam jogar dinheiro fora e se estão investindo assim é porque há razões e certeza de sobra de que a comunicação é tão estratégica para uma empresa quanto outros setores;
2 – Se você é profissional da área de Comunicação e não está neste “bolo” também recomendo rever suas prioridades porque o investimento em Comunicação Empresarial não é exatamente em tecnologia, mas fundamentalmente em capital humano. Em uma pesquisa feita entre 2020 e 2021 pela Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), 94% das empresas consideram que ter profissionais da Comunicação é tão essencial quanto ter tecnologia na área. 
Destes profissionais, quero puxar “uma sardinha” aqui para meu lado e falar sobre os jornalistas.
O profissional da notícia sempre esteve muito atrelado às redações, ao jornalismo diário de hard news. Claro que o meio corporativo é tão ocupado e desenvolvido no país quanto, mas o que quero dizer é que durante muitos anos a lógica de que quem fazia Jornalismo nas faculdades era sair para atuar nas redações. Era ser repórter na rua, na entrevista, na redação de fatos noticiáveis. 
Acontece que o mundo girou grande com a internet e embora as notícias continuem essenciais para a humanidade, a forma e o local de consumo deste produto têm mudado dia após dia. Não estou aqui colocando fim nos meios tradicionais como jornal, revista, TV e rádio, mas é fato que precisam mudar seu plano de negócios para entregar notícias porque o público da nova geração não está nem aí com eles.
Eles querem informação no local onde hoje costumam jogar, se divertir e conversar com os amigos. E claro que estou falando das redes sociais e mídias digitais em geral e da oportunidade que os profissionais que lidam com informação possuem hoje para avançar no mercado de trabalho. 
Anote o que vou dizer: o mundo digital não só é uma fronteira a ser explorada pelos jornalistas, mas que precisa ser aproveitada. 
Nunca vi tanta chance e tanta demanda por profissionais de Jornalismo que conseguem produzir conteúdo de maneira natural, fazer pesquisa, entrevistas e escrever histórias e é justamente isso que justifica meu raciocínio: mais do que qualquer outra coisa, as redes sociais e mídias digitais em geral só funcionam com bom conteúdo. Mas não é qualquer conteúdo e sim todo conjunto de dados que faz com que uma comunidade se forme em torno de um perfil ou de um endereço digital. Neste ponto, jornalistas são imbatíveis.
Assim, se me perguntassem hoje se o jornalismo é uma profissão de futuro pela necessidade que empresas e pessoas possuem em se interconectar e trocar informações, eu diria que não é só futuro mais, é o presente. E já!
 

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