As investigações que regem a Operação Ethos seguem ativas e se desdobraram em mais prisões na região. Desta vez, em decisão expedida na segunda-feira, a 1ª Vara do Foro da Comarca de Presidente Venceslau, sob o comando do juiz Gabriel Medeiros, condenou outros sete advogados - em primeira instância -, acusados de estarem envolvidos com uma facção criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas. Todos os indiciados já foram levados às unidades prisionais, com exceção de um, que ganhou o direito de responder em liberdade.
É o caso de Eduardo Luiz, condenado a 8 anos e nove meses de reclusão, mas que conseguiu um habeas corpus. Além dele, outros quatros réus receberam a mesma pena, são eles: Juliana de Araújo Alonso Mirandola e Simone de Araújo Alonso, que são irmãs; Fábio da Silva Domingos; e Paulo Sérgio Ramalho de Oliveira. Antônio Davi de Lara foi condenado a 12 anos e três meses de reclusão. Já a maior pena ficou para a advogada Anna Fernandes Marques, que recebeu 17 anos e dois meses de reclusão, além do pagamento de multa de 33 salários mínimos. Todos foram indiciados pelo crime de corrupção ativa, bem como organização criminosa.
Para que a decisão fosse tomada, o juiz Gabriel Medeiros levou em conta a peça acusatória divida em três partes. A primeira diz respeito à própria integração dos réus acima citados, na facção que age dentro e fora dos presídios, mas em benefício especial a detentos presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Em seguida, consta no inquérito que os acusados trabalharam junto aos presos da unidade prisional citada, para garantir vantagens em relação a outro funcionário público. Por fim, o recebimento da vantagem pleiteada, desde 2014.
“Todos os indiciados já foram levados às unidades prisionais, com exceção de um, que ganhou o direito de responder em liberdade”
Defesa
A reportagem entrou em contato com o advogado Marco Antônio Arantes de Paiva, que representa os réus Antônio, Juliana e Simone, porém, as ligações não foram atendidas até o fechamento desta reportagem. O mesmo ocorreu com David Antônio Rodrigues, que representa a defesa de Eduardo; Thiago Reis da Silva, que defende Anna Fernandes; e Danilo Campagnollo Bueno, advogado de Fábio.
Por outro lado, Lourival Pimenta de Oliveira, que responde o caso por Paulo Sérgio Ramalho de Oliveira, resumiu que “vai recorrer à decisão, dentro do prazo obrigatório”.
Histórico
Como noticiado neste diário, a Operação Ethos, realizada pela Polícia Civil e o MPE (Ministério Público Estadual) em todo o Estado, teve a finalidade de desarticular célula criminosa da facção, denominada “R”, que, de acordo com o órgão, é composta por 40 advogados, sob controle de presos vinculados à organização e que já foi denominada “sintonia dos gravatas”.
