Um pedaço de terra abandonado que mais se assemelha à zona rural do que o perímetro urbano, sem rede de água e esgoto, pouca iluminação e nenhuma rua asfaltada. Os poucos moradores – já que não é todo mundo que se sujeita à vida sem conforto – ainda subsistem graças a poços artesianos e foças sépticas, há três décadas. Em mais uma tentativa de solucionar a situação dessas pessoas, a Câmara de Presidente Prudente aprovou o pedido de providências do vereador José Geraldo de Souza, Geraldo da Padaria (PSD), para a realização de um estudo técnico para a implementação de infraestrutura básica no Terras de Imoplan.

Criado há 30 anos, bairro ainda carece de infraestrutura básica

O parlamentar lembra que ao longo dos últimos anos diversos requerimentos solicitavam a solução da situação do bairro. Já a Prefeitura informa que ainda não recebeu o pedido, e que o avaliará assim que tiver ciência do documento.

"Quando chove, os ônibus não conseguem nem entrar por causa do lamaçal. Deixam as pessoas na rodovia, que precisam andar dois quilômetros até chegar em casa", relata o pedreiro Aristides Travisan, 79. Ele mora há oito anos no bairro e já está desacreditado da possibilidade de ver a infraestrutura básica chegando em seu bairro. "Isso aqui está esquecido", lamenta.

Essa situação de abandono tem motivado até a migração dos poucos moradores que ainda têm chácaras no local, segundo a dona de casa Débora Cristina Peixe, 42 anos. "Sem iluminação, sem asfalto e sem qualidade de vida fica difícil mesmo alguém morar aqui. É só quem precisa", comenta.

 

Entraves

Como já informado pela Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação), os 2,7 milhões de metros quadrados do loteamento foram aprovados na década de 1980 pela empresa Imoplan (Imóveis e Planejamento – Construtora e Incorporadora) como um conjunto de chácaras e não de lotes comuns.

Outro entrave do poder público no auxílio do bairro é a situação irregular e relação às posses das chácaras que foram divididas e vendidas sem escrituração legal. Com a expansão da zona leste e a chegada do distrito industrial e do Parque Boa Vista, o local passou a receber um volume de moradores diferente do objetivo inicial.