Lei municipal obriga instalação de câmeras em pet shops

Estabelecimentos que fornecem serviços como banho e tosa terão prazo de 180 dias para se adequar à legislação em Prudente, desde a publicação da norma

PRUDENTE - PÂMELA BUGATTI

Data 04/01/2019
Horário 09:47
José Reis - Pet shops têm 180 dias para se adequar à norma desde a publicação da lei, em 19 de dezembro
José Reis - Pet shops têm 180 dias para se adequar à norma desde a publicação da lei, em 19 de dezembro

Uma nova lei sancionada pelo prefeito de Presidente Prudente, Nelson Roberto Bugalho (PTB), agradou os tutores que ficam apreensivos na hora de deixar os bichinhos para tratamentos e banhos em pet shops. A lei obriga os estabelecimentos desse segmento - que oferecem serviços estéticos, como banho e tosa, ou procedimentos relacionados à dermatologia animal - a instalarem câmeras de vídeo com sistema de gravação durante o procedimento. Apesar de já começar a vigorar a partir de sua publicação (em 19 de dezembro), os locais têm, desde a data, 180 dias para se adequarem, conforme a norma.

A proprietária do pet shop Cremonezi, Neide Valente Cremonessi, 64 anos, informa que o estabelecimento já possui câmeras de segurança, mas nunca precisou implementar no ambiente de banho e tosa, o que passará a estudar após a publicação da lei. “Deixamos para 2019, pois temos que nos organizar. Ainda tem um prazo para ser cobrado e isso nos permite uma adequação à exigência”. Ela esclarece que não se preocupa com a nova obrigatoriedade, já que a intenção da lei é proporcionar a segurança para o estabelecimento e para os clientes. “Com isso, ninguém poderá levar o cachorro e depois acusar a clínica de algo que não ocorreu”.

Por sua vez, vendedor do estabelecimento Pet rações: A casa do seu melhor amigo, Sérgio Zagui Rodrigues, 49 anos, conta que as câmeras fazem parte de todo o sistema de segurança desde 2012, visto que notícias de maus-tratos de animais estavam se espalhando Brasil afora. “Às vezes, os clientes ficam curiosos para saber como é o tratamento dos bichinhos”. No total, o estabelecimento conta com 14 câmeras, sendo duas na parte estética de banho e tosa, ar-condicionado, além do modelo aquário, que permite que o cliente acompanhe o banho do seu pet.

Contraponto

No entanto, nem todos os comerciantes receberam com bons olhos a medida. O veterinário do pet shop Bicho Mimado, Luiz Carlos Cayahala da Silva, 27 anos, fala que ficou insatisfeito com a medida apresentada. “Estamos aqui para prestar um serviço de qualidade e para isso trabalhamos com a confiança do proprietário”. Sua preocupação é com a segurança, pois ele explica que muitas pessoas podem ter acesso a informações restritas da clínica, como horários dos funcionários e ocupações.

Outro aborrecimento lembrado por Luiz é o encarecimento do serviço. “Vamos ter que pensar em montar um sistema para armazenar esses arquivos. Instalar as câmeras também vai exigir a troca do meu sistema de monitoramento”. Mas o que está incomodando mesmo o veterinário é o investimento que ele fará na clínica. “Para começar, eu gastaria aproximadamente R$ 4 mil. Estou pensando em fechar o banho e tosa porque vai se tornar inviável para mim”, pontua.

SAIBA MAIS

Com a nova norma, as filmagens deverão ser armazenadas dentro do prazo de até sete dias. Quando requeridas por um cliente, o estabelecimento deve entregar em até 48 horas. Além disso, as câmeras devem ser instaladas de forma que os clientes tenham a visão de seus animais durante os procedimentos. O não cumprimento da lei pode acarretar advertência, multa correspondente ao valor monetário equivalente a 50 UFM (Unidades Fiscais do Município), o que corresponde a R$ 185,47, bem como a suspensão das atividades até a devida regularização.

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