Luta pela igualdade racial é fundamental para garantia de direitos

EDITORIAL -

Data 20/11/2019
Horário 04:01

O Dia da Consciência Negra é comemorado anualmente no dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares, quilombola que liderou um movimento de resistência contra a escravidão no Brasil. Menos de meio século depois, a luta da população negra pela garantia de direitos permanece atual e necessária e surte resultados positivos em todas as esferas sociais.

A mais recente foi divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que disponibilizou estudo no qual mostra que, pela primeira vez no país, os negros são a maioria nas instituições de ensino superior. Os dados corroboram a importância da discussão sobre o racismo no Brasil, considerando que, por muito tempo, a população em questão permaneceu afastada do ensino superior em virtude da desigualdade social e de raça, que comprometem as oportunidades de desenvolvimento humano, educação e trabalho, contribuindo para o aumento da violência e da pobreza.

O maior acesso da população negra às faculdades, no entanto, já é um passo importante para mudar este cenário, uma vez que isso significa que as políticas públicas estão alcançando os negros – embora não em sua totalidade – e possibilitando que eles tenham as mesmas chances de progresso que as maiorias privilegiadas. Isso não quer dizer, no entanto, que só o ingresso nas instituições de ensino basta. É preciso que os debates sobre os direitos da população negra sejam constantes para que o avanço não ocorra apenas nos ambientes educacionais, mas em todos os espaços, sendo um deles o mercado de trabalho, onde também sofrem discriminação para alcançar cargos predominantemente ocupados por brancos ou obter a equiparação salarial.

Nos espaços acadêmicos, esta maior representatividade deve ser comum aos corpos discente e docente, considerando que, ao incluir professores negros em seu quadro de profissionais, as instituições oportunizam, aos universitários negros, modelos em quem se inspirar. Isso porque, ao se identificarem com mestres que compartilham a mesma cor e lutas sociais, eles percebem que não estão sozinhos e poderão alcançar voos ainda maiores do que estes que estão levantando agora.

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