Marido Na Rédea Curta

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista que não vende ilusões. Por enquanto!

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 18/11/2021
Horário 05:30

O Ambrósio Adílson Magalhães já não aguentava mais as admoestações de sua esposa Pasqualina Paschoal. Por qualquer bobagem, ela pegava no pé do marido sem dó nem piedade, parecendo o marcador do Neymar em jogos decisivos. 
Marcação cerrada. "Limpa os sapatos antes de entrar em casa, seu inútil. Pega o pano molhado e  limpa direito, seu cretino", dizia a madame Paschoal, de prenome Pasqualina, talvez em homenagem à Páscoa. 
Limpar os sapatos de um jeito exagerado, após voltar de uma compra no supermercado, por exemplo, era apenas uma das exigências da megera. Quando o Ambrósio se recusava a limpar, ela ordenava com seu jeitão de "sargentona": "Ergue o pé", exigia e, depois, emendava: "Ergue o outro pé".  Ela mesma providenciava a limpeza e, claro, espinafrava o marido, a quem acusava de não ser muito higiênico. Enfim, um porcolino de grife. 
Com medo da "dona da pensão", Ambrósio obedecia parecendo cachorrinho de madame. Pois é, o casal Ambrósio e Pasqualina e suas desavenças na vida a dois (não esquecer que há vida a três quando aparece o Ricardão). 
Mais do que rainha do lar ela tinha obsessão por higiene, e implicava, como foi dito, com quase tudo o que o Ambrósio fazia em casa. Ele não tinha liberdade nem para fritar ovo ou para usar o liquidificador na preparação de uma vitamina com "sustança" (dizem que ele adicionava mocotó).
"Deixa que eu frito, você suja o fogão", dizia Pasqualina, mais mal-humorada do que correntista em fila longa de banco. Era bronca em cima de bronca, uma média de cinco broncas diárias, segundo sua contagem durante uma rodada de cachaça e de cerveja no bar da esquina. 
Com uma esposa tão "crica", mais chata do que discurso de certos políticos, o Ambrósio arrumou um apelido para a mulher. E o danado demonstrou ser criativo. Depois de receber mais uma bronca - ela cismou que o marido tinha chulé -, Ambrósio deu uma de "chulo" e apelidou Pasqualina de Azedinha.
Ela ficou uma onça, brava pra cachorro ou, no caso, brava pra cadela. "Não admito que você me chame de Azedinha, Azedinha é a comadre da sua vizinha", vociferou a megera.
Só para sacanear a mulher, Ambrósio insistia em chamá-la de Azedinha, como naquele começo de noite quando voltou bêbado para casa. Ao ver o marido naquele estado, parecendo a economia do Brasil, Azedinha soltou os cachorros para cima do coitado: "Muito bonito, hein? Seu pau d´água, agora chega bêbado todo dia. Não tem vergonha?", falou a mulher.
E acrescentou: "Seu pinguço trapalhão, você só gosta de encher a cara". Ao que Ambrósio, depois de coçar a cabeça e arrancar um fio da barba, emendou de bate-pronto: "Ocê está enganada, Azedinha. Eu gosto é de garrafa, e garrafa cheia". 
Ao ouvir de novo o apelido, a Pasqualina mais uma vez ficou fula, o que levou o marido a se explicar novamente: "O Osmar, dono do bar, criou um novo coquetel chamado Azedinha. É pinga de alambique com limão galego e romã picada", disse o Ambrósio.
Depois, ele esclareceu que tinha bebido quase uma garrafa inteira do coquetel em "homenagem" à esposa, madame Azedinha, uma chata sem galocha.
    
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