No fim da tarde de sábado, o casal Ambrósio e Pasqualina, que vive às turras parecendo os EUA e a China, foi fazer compras no supermercado do bairro. Foram a pé, pois o carro do Ambrósio está na oficina já faz um bocado de tempo.
"Meu carro adora "passear" de guincho e parece maestro, pois só dá "concerto", brinca Ambrósio sobre o seu possante. Verdade verdadeira e não mentira mentirosa: o automóvel enguiça pra cachorro e volta e meia é levado à oficina. O que ele já gastou com consertos daria pra comprar um carro novo em folha.
Aliás, o carro é mais um motivo para a Pasqualina pegar no pé do marido: "Vende essa coisa, compra um carro mais novo e menos gastão", aconselha de vez em quando. Mas Ambrósio é apegado ao carro e, nesse caso, fazer o quê? Sei lá!
Mas, dizíamos, o casal foi fazer compras no supermercado. Ao sair de casa, Pasqualina andava depressa, bem ligeirinha. Ambrósio apressou o passo e, ao se aproximar da mulher, colocou o braço em seu ombro.
Pasqualina nem aí com o gesto carinhoso do marido. Não gostou e caminhou mais depressa ainda. "Estou com dor nas duas pernas. Anda mais devagar, senão não consigo te acompanhar. "Não sei caminhar devagar", respondeu rispidamente a esposa, deixando o marido para trás.
Ele não se importou para não deixar ainda mais azeda a relação e, por falar nisso, o marido apelidou a esposa de Azedinha, como vocês leram em outra crônica.
Enfim, chegaram ao supermercado e gastaram além da conta com os produtos, principalmente alimentos. Sacolas e mais sacolas. Sem carro, como levar as compras para casa?
"Vou chamar o táxi do seu Antônio", sugeriu Azedinha, ao que Ambrósio interveio de bate-pronto: "Nada disso! Já gastamos uma nota preta. Sem táxi. Vamos levar tudo no "muque", falou em tom de maxoxô, quer dizer, macho.
Fez valer o seu ponto de vista e até de vírgula. O casal pegou as sacolas e, mesmo de forma desconfortável, voltou para casa transportando tudo em quatro mãos. De novo apressadinha, Azedinha mudou de lado no caminho de volta. Foi para um lado da rua, enquanto o marido caminhava quase claudicando do outro lado, bem atrás dela.
Pois é, juntos e separados, como diz o título de uma canção do Dizzy Gillespie, saxofonista de jazz. Ao chegar em casa, o ritual de sempre: "Tira o sapato! Limpa com pano molhado. Senão, não entra em casa", advertiu Azedinha, protagonizando mais uma cena de um casamento brasileiro.
DROPS
A Floresta Amazônica não pega fogo porque é úmida, disse Riaj. Pode rir!
Quem nasce pra Marreco nunca chega a cisne.
Ovos cada vez mais caros. Consuma ovos de tartaruga.
Hulk em alta no Atlético. Huck em baixa na Platinada.