Martinópolis é a 12ª no ranking de queimadas

REGIÃO - Bruno Saia

Data 17/01/2016
Horário 05:41
 

Martinópolis é a 12ª cidade do Estado de São Paulo com o maior número de queimadas, e a primeira, se consideramos apenas a 10ª RA (Região Administrativa). De janeiro a dezembro de 2015, foram registrados 145 focos de queimadas na área deste município. Mirante do Paranapanema aparece como a segunda regional, com 115 focos, Rosana, com 107 e Dracena com 86. Os dados foram computados pelos satélites que armazenam o banco de dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

"A área do município é um fator que influencia no número de focos registrados. Nessa região há presença de culturas, como a da cana-de-açúcar, e também de pastos, onde o preparo do solo ainda costuma ser feito com o uso do fogo", explica Alberto Setzer, coordenador de monitoramento via satélite do Inpe. "Existem algumas exceções, como Cubatão, por exemplo, que lidera o ranking estadual com 318 focos registrados, mas que são detectados por conta de uma atividade industrial específica ", explica.

Jornal O Imparcial Queimadas em plantações de cana-de-açúcar estão entre as mais registradas pelo Inpe

Por outro lado, Presidente Prudente, que é a cidade com o maior número de habitantes na região, ficou apenas na 579ª posição estadual, com apenas um foco de queimada registrado pelo Inpe em 2015. "A explicação para isso, talvez, seja o uso do solo agrícola do município, que pode ter uma cultura pouco suscetível ao fogo, ou ainda, por uma questão de detecção do satélite, que só capta focos de incêndio que tenham frente de fogo com mais de 30 metros de comprimento. Assim, nem todos os focos não foram captados", destaca a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, por meio de sua Assessoria de Imprensa.

 

Outros focos

Além das plantações de cana-de-açúcar, que realizam queimadas com ou sem autorização, e da limpeza em áreas de pasto, existem outros fatores que podem contribuir para a presença de focos de queimadas na região. "Ações criminosas, incêndios acidentais , fenômenos da natureza e até mesmo uma garrafa de vidro jogada no mato, um objeto de metal ou uma bituca de cigarro podem gerar uma faísca e iniciar um incêndio", exemplifica Sérgio Marçon, coordenador de fiscalização ambiental da Secretaria do Meio Ambiente.

"Quando o agricultor for realizar a queima da cana, ele deve solicitar uma autorização junto à Cetesb e também é fundamental evitar o descarte de metais e vidros. E, caso um motorista perceba o fogo em áreas próximas às rodovias, deve contatar a concessionária o mais rápido possível", lembra Sérgio, apontando algumas medidas que podem reduzir os focos de queimadas.

"O cuidado deve ser ainda maior nos meses de agosto e setembro, período em que o mato tende a estar mais seco e os riscos de incêndios são maiores", completa.

Ainda segundo o responsável pela fiscalização da secretaria estadual, quem for responsabilizado por uma queimada pode ser penalizado com um auto de infração ambiental no valor de R$ 1 mil por hectare queimado para fogo em área agropastoril. Quando isso ocorre, a Polícia Militar Ambiental pode ser acionada para realizar a autuação.

 

OPERAÇÃO CORTA-FOGO

Em 2015, o Estado de São Paulo teve uma redução de 60% nos registros de focos de incêndio. "Com condições climáticas apenas um pouco melhores que em 2014, o número é resultado do trabalho de prevenção da Operação Corta Fogo", informa a Secretaria do Meio Ambiente. A intenção do órgão, em 2016, é intensificar as ações, que serão direcionadas para manter as ocorrências abaixo de 2.926.

O número total de focos de incêndio em 2015 ficou em 1.918, bem abaixo do registrado em 2014, quando o Estado teve 4.717 ocorrências. Para manter estes números, a Operação Corta Fogo trabalha em quatro frentes: monitoramento, controle, combate e prevenção, e conta com o apoio do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar Ambiental, Cetesb, Fundação Florestal, Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo) e concessionárias de rodovias estaduais.
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