Mato alto, umidade, acúmulo de entulhos, resíduos e lixo irregular de todo tipo: o ambiente ideal para a proliferação de bichos peçonhentos como escorpiões, cobras e aranhas. Não é um problema novo nem exclusivo de uma região da cidade, mas afeta boa parte dos bairros de Presidente Prudente. O Imparcialtrata frequentemente desse tema tão recorrente, e ainda assim as reclamações dos moradores chegam ao Whatsapp da redação quase que diariamente. Não foi diferente nesta semana, e os alvos da vez foram as praças públicas do Jardim Itaipu, do Parque Shiraiwa e a área verde do Residencial Cremonezi.

Mato alto em praça pública é favorável a animais peçonhentos

O parque "fantasma" fica no meio da pracinha com grama cobrindo o metal colorido e enferrujado de seus balanços e gangorra. Felizmente, não há nem sinal de crianças por perto, dado o caráter inóspito do ambiente. Mas nesse espaço até o caminhar pelo entorno fica difícil sem o constante trabalho de roçagem. "Esses dias eu matei uma cobra aqui, daquelas pequenas e venenosas. Sorte que eu estou acostumado e não fiquei com medo, porque havia crianças perto", relata o pintor Isabelinho Serra, 36 anos, que já chegou a solicitar por diversas vezes ao poder público a limpeza do local, sem sucesso.

O cenário destoa com o de outros dois parques nos bairros adjacentes, ali perto, que estão completamente limpos e utilizáveis. Ainda assim não é um problema pontual: no Jardim Itaipu, a situação é exatamente a mesma. "Desde o ano passado está desse jeito, uma vergonha. A praça está até acumulando entulho, água e mosquito da dengue", conta a enfermeira Maria do Carmo Vieira Arantes, 62 anos, que faz uso da área pública para caminhadas. Até o Legislativo foi acionado para "socorrer" o local, mas, de outubro pra cá, a situação está na mesma, de acordo com a moradora.

No Residencial Cremonezi, por sua vez, a situação é um pouco diferente, pois a área verde - espécie de terreno baldio - além de sofrer com a falta de roçagem regular, conta com o acúmulo de lixo doméstico, móveis velhos e todo tipo de resíduos – incluindo, vez ou outra, o corpo de cachorros mortos – segundo a comunidade que ali reside. Uma força-tarefa chegou a ser feita por alguns moradores, segundo a auxiliar de limpeza, Cícera dos Santos, 34 anos, mas os próprios moradores continuam jogando lixo no local.

Se Cícera precisou matar uma cobra coral enquanto carpia essa área, a dona de casa Amanda Santos Carvalhães, 20 anos, achou esses dias um escorpião no berço do seu filho: pequeno, mas ameaçador. "Por sorte eu tenho costume de bater o lençol e o travesseirinho sempre que coloco meu filho para dormir, senão nem teria visto" relata.

 

Trabalho de limpeza

A Sosp (Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos) informou que ainda ontem uma frente de trabalho seria designada a fazer a limpeza e a roçagem da Praça do Parque Shiraiwa, atendendo às reivindicações da população local. "É importante salientar que o alto índice de chuvas dos primeiros meses do ano acelera o crescimento do mato. A pasta realiza roçagem de terrenos públicos diariamente, sendo que, apenas nos dois primeiros meses do ano, mais de 100 imóveis passaram por roçagem", informa.

Quanto aos terrenos baldios do Residencial Cremonezi, a secretaria expõe que uma equipe de fiscais da Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação) será designada a visitar o bairro e verificar as informações apresentadas, lembrando que a responsabilidade de manter os imóveis conservados é dos proprietários.