Mercado de armas

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 07/08/2021
Horário 04:30

A corrida desarmamentista promovida pelo Estatuto do Desarmamento de 2003 mudou de direção nos últimos anos. Foram mais de 32 medidas do governo para flexibilizar o acesso a armas de fogo. O tema é polêmico, pois de um lado está a ala que critica as ações evidenciando a relação de mortes violentas com o aumento de armas de fogo compradas legalmente, tendo em vista que estas podem ser roubadas e utilizadas por criminosos. Por outro lado, estão aqueles que são a favor e contra-argumentam afirmando que não há evidências científicas que provem relação direta entre os fatos. 
Os argumentos contra e a favor para a flexibilização de armas não param por aí, pois enquanto uns dizem, por exemplo, que os riscos de conflitos fundiários irão aumentar juntamente com possibilidades maiores de confrontos violentos no campo, outros veem com bons olhos a possibilidade de armar o homem do campo, tendo em vista proteger a integridade de seu patrimônio, sua e de seus familiares. Esta discussão contra e a favor da flexibilização das armas no país está longe de acabar.
O fato é que o mercado para fabricação, transporte e venda de armas de fogo está em franco crescimento. Gera milhares de empregos por todo o país e é potencializado pelas medidas de flexibilização. Os produtores rurais, por exemplo, podem comprar até fuzis e contam com dez vezes mais munição do que antes. Mas não é chegar comprando as armas, é preciso ter 25 anos ou mais, estar sem antecedentes criminais, residência fixa, ocupação lícita, ter capacidade técnica e psicológica para manuseio da arma. Para defesa de patrimônio, o porte da arma fica restrito ao local dos bens indicado.
O mercado de armas aquecido reflete em outras áreas, como o da comercialização do grafeno. O Brasil é a segunda maior reserva mundial de grafita, matéria-prima do grafeno. É um material considerado leve, maleável e 200 vezes mais resistente que o aço com muitas aplicações. Apesar das polêmicas quanto ao movimento armamentício, pelo ponto de vista econômico, 200% de aumento pela demanda de um produto, redução de impostos, 29 milhões de dólares em importação de revólveres e pistolas e geração de emprego e renda é algo para se comemorar.
 

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